Aniquilação | Impulsos autodestrutivos, evolução e imortalidade [Explicação]

Aniquilação é um longa de ficção científica/terror cósmico escrito e dirigido por Alex Garland, também responsável pelo incrível Ex Machina. A trama conta a história da bióloga e professora Lena (Natalie Portman), cujo marido Kane (Oscar Isaac) está desaparecido. Lena se voluntaria para embarcar em uma expedição com mais quatro mulheres na misteriosa área chamada de “Brilho”, no sul da Flórida, onde ocorreu a queda de um meteoro.

O filme traz a questão da representatividade feminina de forma bastante interessante e natural, onde o grupo multifuncional é composto por mulheres talentosas em diversas áreas, como biologia – Lena (Natalie Portman) -, psicologia – Dra. Ventress (Jennifer Jason Leigh) -, antropologia – Cassie Sheppard (Tuva Novotny) -, medicina – Anya Thorensen (Gina Rodriguez) – e física – Josie Radek (Tessa Thompson). E além de especialistas em suas áreas de conhecimento, são competentes soldadas, principalmente Lena. A obra acerta em trazer, dentro do possível, um background complexo para cada uma, considerando o tempo de tela dividido entre as personagens.

 

Aniquilação - Time de Mulheres

 

Ao estilo de A Chegada e Interestelar, Aniquilação traz uma forte pegada filosófica, explorando metáforas e analogias que nos fazer refletir sobre nossa condição enquanto espécie humana. Esta proposta é bastante comum no gênero sci-fi, afinal muitas vezes é necessário um distanciamento do presente e do “mundo real” para entender melhor as grandes questões de nossa existência. É como sair do meio das árvores e ser capaz de sobrevoar a floresta. Um bom exemplo de obra que usa esse recurso com extrema competência é Black Mirror.

Se Aniquilação conseguiu ou não atingir esse objetivo é algo que tem sido alvo de questionamentos. As opiniões têm sido contrastantes e variam em um espectro que vai de “pior filme de todos os tempos” a “obra prima”.  Mas não criemos pânico. A polarização de opiniões é algo relacionado ao espírito do nosso tempo, algo que já discutimos por aqui.

A polêmica sobre a qualidade do filme, no entanto, vem desde sua produção, com os desentendimentos entre os produtores David Ellison (produtor de Além da Escuridão: Star Trek, Guerra Mundial Z e Baywatch) e Scott Rudin (Sangue NegroOnde os Fracos Não Têm Vez A Rede Social). Aparentemente Ellison não ficou nem um pouco satisfeito com o resultado final, enquanto Rudin aprovou a versão de Garland.

Apesar dos desentendimentos quase terem provocado a aniquilação de Aniquilação, o filme acabou sendo distribuído em poucas salas dos Estados Unidos e da China. Para o resto do mundo, foi distribuído apenas por streaming via Netflix, assim como o filme O Paradoxo Cloverfield, que também que gerou discussões acaloradas sobre sua qualidade.

A ideia nessa resenha não é abordar em profundidade o roteiro ou a parte técnica da obra, mas discutir as temáticas filosóficas que podem ajudar a entender Aniquilação e interpretar algumas questões que ficaram em aberto. Então, vamos lá.

Atenção: o texto contém spoilers.

 

O que é o “Brilho”?

Aniquilação - o brilho

 

A misteriosa área a que os cientistas se referem como “Brilho” traz qualidades fantásticas e surreais. A física Josie Radek faz a observação de que a área seria na verdade um prisma, que não só reflete a luz, mas também o DNA e outras propriedades físicas. E assim que o time adentra a região, nos é mostrado como as leis naturais que estamos acostumados já não mais se aplicam ali: a noção de tempo é deturpada, os equipamentos eletrônicos não funcionam corretamente e as bússolas se mostram confusas. É reforçado o aspecto extraterrestre do “Brilho”, que teve seu início com a queda de um meteoro na região, como é apresentado no início do filme.

Recolhendo as migalhas apresentadas durante o filme e principalmente levando em consideração o conteúdo da aula de Lena na Universidade John Hopkins no início do filme sobre uma célula tumoral, fica claro que o “Brilho” se trata de alguma espécie de câncer. A entrada do meteoro no planeta, portanto, seria como uma espécie de vírus que adentrou uma célula viva. Ao provocar mutações, ou seja, alterações no material genético da Terra, o vírus se transforma em um câncer. Desta forma o “Brilho” representa um tumor que cresce e se expande cada vez mais, como explicado pela Dra. Ventress em sua conversa com Lena.

Enquanto o “Brilho” avança em um processo de metástase, as incursões de soldados e cientistas na área podem ser encaradas como uma tentativa de reação pelo sistema imunológico da Terra. Apesar das expedições anteriores não terem logrado êxito, as motivações pessoais de Lena foram essenciais para seu sucesso na missão. Em sua aula, a bióloga explica aos alunos o processo de autodestruição de uma célula, através da autofagia. Em muito tipos de câncer, este processo autofágico é desregulado e as células se reproduzem indefinidamente. Diante disto, as ações de Lena objetivam a autodestruição do tumor, que estava provocando a reprodução desenfreada do “Brilho”.

 

Impulsos autodestrutivos e a Pulsão de Morte

 

A ideia de autodestruição é abordada em diversos momentos ao longo de Aniquilação, nos indicando que este é o tema central do filme. Em uma conversa com Lena, Dra. Ventress explica que, apesar de pouquíssimos seres humanos cometerem suicídio, praticamente todos se engajam em algum ato de autodestruição.

A psicóloga traz como exemplos óbvios a bebida, o cigarro, as drogas… e também atitudes mais complexas de autossabotagem, como decisões que desestabilizam um bom emprego ou um casamento feliz. Para Ventress, na verdade, seriam mais que decisões pessoais. Seriam verdadeiros impulsos. E por fim, confronta Lena: “você é uma bióloga. A autodestruição não está programada em nós? Codificada em cada célula?”

Intencionalmente ou não, em sua fala Ventress faz alusão aos estudos de Freud. Para o autor, que descreve inicialmente a tese em sua obra Além do Princípio do Prazer (1920), as ações dos seres humanos iriam além do “instinto de vida”, mas também seriam guiadas por algo mais obscuro e complexo, um “instinto de morte”. Os dois instintos estariam entrelaçados na experiência humana, afinal Freud propõe que “o objetivo de toda a vida é a morte”.

O instinto ou “pulsão de vida” orienta as ações de um indivíduo para a sobrevivência básica, o prazer e a reprodução. É o que garante a continuação da espécie. No entanto, a “pulsão de morte” representaria um desejo inconsciente de morrer. É como se o “instinto de morte” estivesse codificado em nossa psiquê, e ao passo que se manifesta externamente, através de comportamentos agressivos e violentos, também se manifestaria internamente, como nos comportamentos autodestrutivos citados por Ventress.

A própria missão e a motivação das integrantes para uma incursão com poucas chances de sucesso pode representar um tipo de “instinto de morte”. Afinal, todas as tentativas anteriores foram fracassadas e provocaram a morte de seus integrantes. No entanto, os acontecimentos passados na vida de cada uma delas provocaram traumas que serviram como gatilhos para este instinto, como a morte de uma filha, um caso de câncer, um relacionamento fracassado e um vazio existencial.

Mas será que este comportamento autodestrutivo poderia ter uma função para a evolução da raça humana? Talvez o fato da morte ser algo iminente seja o que nos confira o próprio “instinto de vida” e as motivações para desenvolvermos nossas emoções e um comportamento ativo diante do mundo, representado ultimamente pela reprodução. Se não fôssemos conscientes de nossa própria morte, talvez não nos esforçaríamos tanto para deixar herdeiros. E a reprodução é exatamente o que confere a possibilidade de variabilidade genética em uma espécie, oferecendo ao ambiente uma variedade maior de códigos genéticos com potencial de sobrevivência.

O “Brilho”, por sua vez, ao atuar mimetizando as manifestações de vida na Terra também incorporaria suas tendências autodestrutivas. Ao mesmo passo que “destrói” o território por onde passa, oferece uma nova vida com incrível variabilidade genética, uma espécie de reconstrução de toda a natureza e a vida.

 

Ouroboros: a dança sagrada de morte e reconstrução

 

Se o “Brilho” é um câncer no planeta que acelera sua destruição e reconstrução, podemos encará-lo como um catalisador para a evolução da vida no planeta. Em diversos momentos de Aniquilação nos são apresentadas indicações de que estamos falando de um processo cíclico, como fica evidenciado pela tatuagem de Ouroboros que se desenvolve no braço de Lena a partir de sua entrada na região “infectada”.

O Ouroboros é um símbolo com uma amplitude de significados em diferentes culturas. A etimologia da palavra vem do grego antigo e quer dizer “aquele que devora a própria cauda”. Em geral é utilizado para representar o conceito de eternidade, mas um significado bastante popular também é o de evolução, já que o símbolo da serpente que se autodevora passa a ideia de continuidade, sendo muitas vezes utilizado para simbolizar o conceito filosófico do Eterno Retorno. O símbolo tem sido utilizado com frequência em diversas obras com um teor mais filosófico, como Altered Carbon, por exemplo.

Em Aniquilação, podemos interpretar a queda do meteoro ao início do filme como um evento recorrente de evolução da vida no planeta. A hipótese da Panspermia defende que formas de vida primárias foram trazidas do espaço para a Terra abrigadas em meteoritos. A ideia se apoia no fato de que já foi encontrada matéria orgânica em meteoritos anteriormente e que existem organismos microscópicos capazes de suportar possíveis viagens espaciais. É possível que, no universo da obra, a vida no planeta tenha se originado a partir do impacto de um meteoro, que infectou o planeta com este “vírus” e de forma repetida novos impactos ocorrem para destruir e reconstruir a vida atual, causando um processo de evolução gradual.

 

 

A metáfora do Ouroboros pode ser encarada não só a nível planetário, mas também no arco da personagem de Natalie Portman. Em um confronto final dentro do farol, local exato da queda do meteoro, Lena enfrenta uma cópia de si mesma mimetizada pelo “Brilho”. Após uma intensa batalha, que conta com uma poderosa cena em que a personagem é esmagada, sufocada, por uma versão de si mesma que carrega seus medos, ansiedades e ímpetos autodestrutivos, ao que tudo indica Lena leva a melhor e sua vitória provoca a destruição de todo o “Brilho”.

Ao retornar para o “lado de fora”, no final de Aniquilação, Lena busca a cópia de seu marido Kane. Afinal, a bióloga assiste as filmagens encontradas no farol e descobre que seu marido de verdade haveria morrido. Enquanto se abraçam, vemos o mesmo brilho no olhar dos dois, o que dá a entender que provavelmente esta versão de Lena também seria uma cópia, e a versão real teria morrido.

No entanto, também podemos interpretar que talvez não sejam cópias, mas simplesmente versões diferentes de si mesmos. Lena, em uma conversa anterior com as outras cientistas, havia chegado à conclusão de que o “Brilho” não desejava exatamente destruir ou aniquilar a Terra, mas transformá-la em uma outra versão. E talvez tenha sido o ocorrido com os dois personagens. Enquanto no “Brilho”, suas cópias teriam desencadeado um processo de destruição e reconstrução, apresentando uma versão evoluída dos dois.

E será possível que esta versão evoluída seja uma forma imortal?

 

Aniquilação ou Imortalidade?

aniquilação - a vida imortal de henrietta lacks

 

O conceito de imortalidade é abordado algumas vezes durante o filme e parece ser um questionamento recorrente na vida de Lena. Em flashbacks, vemos a personagem em uma conversa com Kane, lhe dizendo que a morte seria uma falha nos genes humano, e também vemos Lena lendo o livro A Vida Imortal de Henrietta Lacks.

O livro é relevante para a narrativa por contar a história de uma mulher diagnosticada com um tumor cervical, que teve uma amostra do tecido uterino removida para envio a um pesquisador que até então sem sucesso tentava cultivar tecidos humanos em meio sintético. As células de Henrietta Lacks, no entanto, cresceram bem e se reproduziam indefinidamente. Verificou-se que as células eram imortais, e receberam o nome de HeLa, uma abreviação do nome e sobrenome da paciente. Enquanto uma célula normal só consegue se reproduzir um número limitado de vezes (o chamado Limite de Hayflick, que consiste em aproximadamente 50 reproduções), as células HeLa conseguem se reproduzir ilimitadamente e são cultivadas até hoje para fins de estudos científicos.

Pela velocidade de reprodução das células do “Brilho” e a analogia destas com o comportamento de um câncer, podemos acreditar que, assim como as células Hela, estas sejam imortais. E ao reconstruir os personagens de Lena e Kane, estes por sua vez também tenham escapado dos limites da morte. A postura mais apática e sem emoções desta nova versão dos personagens no final de Aniquilação pode estar ligada à imortalidade, como uma espécie de efeito colateral. Diante da existência eterna, o “instinto de vida” não precisaria estar tão aflorado e já não teríamos tantas motivações para desenvolver nossas emoções e um comportamento mais ativo diante do mundo.

Esta última parte da análise é uma especulação e totalmente aberta a diferentes interpretações. E você, como interpretou o final de Aniquilação?

 

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Marcos Malagris

Publicitário, professor de marketing digital e Psicólogo, gasta seu escasso tempo livre navegando na Interwebz, consumindo nerdices e contemplando a efemeridade da existência. Me siga no Twitter ou no Facebook!

17 thoughts on “Aniquilação | Impulsos autodestrutivos, evolução e imortalidade [Explicação]

  • 19 Abril, 2018 at 16:42
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    O filme mostra que ela é a original, porém modificada pelas propriedades prismáticas do Brilho (tanto que acaba com a tatuagem da Anya nos braços – que também vai parar nos restos daquele militar), e ele é a cópia, pois o marido se matou.

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  • 7 Maio, 2018 at 17:57
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    O final foi horrível. É um daqueles finais que os criadores colocam apenas para fazer com que o espectador assista mais uma vez (exemplo: No limite do amanhã).
    O que deveria constar no filme é que foi que a cópia quem venceu a luta e conseguiu sair do brilho. No momento que colocam “a mulher original” vencendo a luta e saindo com o brilho no olhar (igual à cópia do marido), estragaram o filme. Também não explicaram porque o marido (cópia) fica doente no início do filme, muito menos como ele conseguiu chegar em casa.

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    • 28 Junho, 2018 at 15:30
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      O final aberto realmente acabou dividindo as opiniões sobre o filme!

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  • 8 Maio, 2018 at 3:01
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    Tanto ela quanto ele também podem ser “células cancerígenas” que sobreviveram ao “tratamento” que matou todo o tumor no terra, no caso a explosão, para se multiplicarem e continuar a “infectar” as células saudáveis, no caso as demais pessoas da instalação militar e, quem sabe, todo o planeta terra. Para que assim consigam propagar para todos “uma nova versão de si mesmos” com o intuito de alcançar a imortalidade que seria um novo ciclo, uma evolução da espécie humana que só seria alcançada com a auto-destruição da vida como conhecemos agora.

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    • 28 Junho, 2018 at 15:29
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      Bacana! Teoria parecida com a da Talita, do comentário abaixo!

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  • 14 Maio, 2018 at 12:37
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    Minha opnião: é q a Lena original sobreviveu, só que ela não voltou como ela foi. Ela esta “infectada” e foi proposital ela conseguir sair, e o marido tb. Pois os dois infectados vão poder “cruzar” e ter filhos “aliens” e tomar conta da terra. Acho que o marido começou a passar mal pq ele estava fora daquela zona X e quando ela foi destruída parece que “cortou” o cordão umbilical e ele conseguiu sobreviver as custas dele. Ficou muito evidente isso, pois a Lena voltou da zona x tb e não passou mal, tanto q na entrevista ela tomou água e n sangrou o copo como o marido, a câmera focou bem nesse momento ( pois a área já tinha sido destruída).
    Fica mais claro a necessidade de destruir aquela zona pq o alien q ficou lá saiu tocando fogo em tudo. Ele sabe que para eles (lena e marido) sobreviverem aquela área teria q ser destruída. Acredito que a Dra teria sido a aposta dos aliens para cruzar com o Kane, mas como ela estava com câncer não seria eficaz. Por isso que depois fizeram o mesmo com a Lena e foi efetivo. Por ultimo acho que os clones ets queriam tirar o maximo da humanidade dos humanos e passar para a lena e kane o máximo possivel dos ets. Uma troca mesmo. No Kane deu super certo, tanto que o clone parecia mais humano do que ele(ou o q restou dele) e o clone se matou. Já Lena não pegou tanto, mas ainda sim foi contaminada, por isso ela parecia mais humana do que o Kane quando saiu. Pronto essas são minhas considerações.

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    • 28 Junho, 2018 at 15:28
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      Ousada essa teoria, mas eu curti!

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  • 9 Junho, 2018 at 14:52
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    Como foi citado acima acredito que todo o desenvolver do filme foi retratar o meteoro ou o “brilho” como um cancer, uma pequena parte que aos poucos vai se abrangendo até alcançar todo o corpo só que no caso seria o nosso planeta. O Kane realmente morreu e aquele era o seu clone, como dito no início quando a primeira mulher morre aquela coisa acabou herdando a voz dela então acho qie o clone, por não ser um animal e sim o ser alienigena, a mutação foi mais poderosa pegando parte da personalidade e aparencia do Kane e tomando para si, por isso ele se mostrou tão confuso no início mas reconheceu a Lena, então como todas as outras especies aquele se tornou um híbrido humano/alien. Já a Lena teve um diferencial porque aquela era a real Lena, ela entendeu o que o ser queria, sabia que aquilo funcionava com o prisma então não só a aparência que ele herdou mas também seus impulsos e pensamentos, então depois de um tempo tentando ver o seu eu no alien, ela entendeu o qie tinha que fazer e usou os impulsos dela no alien e mostrou ao mesmo o que deveria fazer, no caso ele se autodestruiu e ela saiu ilesa. Ou quase isso, vemos o mesmo brilho nos olhos dela mas isso não quer dizer que ela era o clone e sim que, como desde o início fala, ela já havia sido infectada e prova disso era a parte roxa em seu braço e seu sangue com mutação.
    Pelo que eu vi, o filme trata de muitas críticas e esse que é o legal, cada pedaço isolado você consegue refletir em algo diferente, ao meu ver, se seguimos a linha do evolucionismo (não que eu creia 100% nela) o homem que se desenvolveu de pequenas celulas originais, evoluiu e mudou o mundo ao seu redor criando predios, destruindo florestas, poluindo o ar, acabando com espécies e tudo mais. Se repararem o “brilho” tem a mesma função, ele vai destruindo ou evoluindo dependendo da sua visão, da mesma forma que fizemos com o planeta só que mais ficcional.
    Resumindo, o filme fala de autodestruição, arrependimentos, sobrevivencia, nosso evolucionismo ou destruição do planeta, retrata um pouco do poder feminino e tudo isso de uma forma bem complexa obrigando o telespectador a refletir sobre toda sua existência.

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  • 9 Julho, 2018 at 1:06
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    Também acho que ela é a verdadeira Lena, porém modificada geneticamente pelo “Brilho”. Já havia sido explicado que tudo ali é refratado, inclusive o DNA humano, ou seja, elas também tinham as células modificadas. Aquela era a Lena, mas não 100%, se uma parte da Sheppard ficou naquela criatura, uma parte da Lena também foi modificada pelo ambiente. O que me “incomoda” é só algumas coisas em aberto como aquele momento em que a Ventress está de costas e seu rosto está modificado e do nada volta ao normal e pq ela desaparece? Pq não foi criado um “clone” dela assim como do Kane e da Lena? Talvez, por ela ser um organismo “defeituoso” por conta do seu câncer? O que aconteceu exatamente com Josie? Evoluiu se transformando em outra criatura? Encontrou o sentido que não tinha em sua vida aceitando fazer parte daquele grande prisma evolutivo? Existe uma série de pequenos detalhes no filme e dicas, até mesmo o momento do encontro de Lena e Kane, onde as mãos se tocam e vemos através do copo… Não sei se realmente me incomoda, só me deixa curiosa mesmo, acho que gosto desses espaços em aberto pra imaginação/fantasia, afinal é disso que se trata a ficção científica, não me importo que seja um filme produzido pra “render” e ser assistido mais uma vez, prefiro acreditar na alternativa da complexidade da trama e dá disposição pra diversas interpretações, a possibilidade de se imaginar junto e utilizar teorias e conceitos que podem ser aplicados até mesmo na nossa maneira de ser, agir e pensar dentro do nosso meio social.

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  • 4 Agosto, 2018 at 0:46
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    Filme lixo, fala sério, nunca vi tanta porcaria, nada a ver com nada, sem sentido nenhum (a não ser o que cada um criou na sua mente) sejamos críticos e realista alguém gostou disso? Sejam sinceros.. pra mim uma bela bost….

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  • 4 Agosto, 2018 at 21:50
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    Não consegui entender o filme . 😕 Vou pedir para meu marido assistir pra ele tentar me explicar.

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  • 13 Agosto, 2018 at 2:32
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    Podemos considerar que o fato do “câncer” ser destruído, assim como em humanos, algumas células “cancerígenas” sobrevivem a aniquilação podendo assim se reproduzirem novamente. Assim se dá com Kane e Lena, objetivando a missão de se ‘reproduzirem’.

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  • 22 Agosto, 2018 at 11:23
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    Saudações.

    Talvez eu dê algum SPOILER, por isso quem ler o comentário pode parar por aqui.

    Vamos lá!

    Assisti Aniquilação sem ler os livros e confesso que tive todo o tipo de impressão ao ver o longa. vi muitos comentários interessantes sobre o principal foco do filme, que foi a personagem de Lena, sua crise pessoal e as outras mulheres da trama. Posso ousar dizer que me pareceu muito com A Chegada (The Arrival), onde o foco não são os aliens, mas a mulher que interage com eles. Quanto ao desenvolvimento do enredo, é uma história de invasão alienígena , de uma forma diferente, pois a própria Lena, ao fazer um exame de sangue, fala ” Essa coisa que está mudando tudo já está em mim”. Não precisa ir muito longe pra perceber o que vem em seguida. O Shimmer interage diferente com cada um dos personagens que passaram por ele e parece selecionar aqueles que, de fato, farão o trabalho de espalhar o efeito da “mudança”. Curiosamente, o homem que saiu vivo do fenômeno era um duplo do marido de Lena e a minha sensação é que a inteligência alienígena soube da bióloga através da mente do marido dela. Lena foi escolhida? Quando ela decidiu descobrir uma “cura” para o marido, ela acabou por colaborar com a Aniquilação? Quando se encontrou com o marido no final, houve um reconhecimento mútuo, o gatilho acionado para o início dos planos de domínio. Algo como uma nova gênese, onde Lena e o marido Doppleganger serão os novos Adão e Eva. É um filme para ser assistido mais vezes, com calma, sem expectativas. Outro ponto curioso na trama é que o feminino está muito presente. Os personagens masculinos enlouqueceram e morreram ou mutaram de forma brusca, como se sua natureza não conseguisse aceitar o que estava acontecendo, um tipo de resistência que culminou com seu real extermínio. Já as mulheres que entraram no shimmer foram gradualmente absorvidas e moldadas, à excessão de Anya e Cassie que morreram com violência. A ideia do câncer me pareceu muito associada à mulher, talvez por causa de Ventress, que padecia da doença e por sua visão pessoal, fez a comparação, mas não levei o filme sob essa ótica. O termo autodestruição é muito explorado, em todos os aspectos e leva a observar o filme mais filosoficamente, mas aí acabou a pipoca!

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  • 13 Novembro, 2018 at 22:40
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    Na minha opinião, eles são simplesmente ETs utilizando do DNA e da carcaça humana para ai sim iniciar uma nova raça talvez evoluída e imortal. Eles são um casal. Eles vão se reproduzir. Simples.

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    • 13 Janeiro, 2019 at 1:24
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      E por que não utilizaram a carcaça de outros? Por que do Kane e, posteriormente, da Lena?

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  • 7 Dezembro, 2020 at 0:11
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    Adorei a abordagem da narrativa, muito bem elaborada, adorei a parte da possível imortalidade dos personagens, e fui um pouco além… imagino que como as células HeLa, a descendência deles que será infinita, dando inicio ao próximo salto evolutivo e talvez “aniquilacao” da espécie sapiens sapiens assim como ocorreu com o australopitecus e neandertal.

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