Black Mirror | 5 sugestões de roteiristas para reforçar a 5ª temporada

Apesar de todo o sucesso da quarta temporada, ainda não temos notícias oficiais sobre a continuação de Black Mirror e uma possível quinta temporada.

O contrato inicial de Charlie Brooker com a Netflix contemplava duas temporadas de 6 episódios cada. O serviço de streaming já entregou os 12 episódios e ainda um bônus: o episódio especial de Natal (White Christmas), com o fabuloso Jon Hamm.

Ainda que muitos tenham considerado o episódio Black Museum como o perfeito fechamento para a série, acreditamos ser bastante improvável que a Netflix não produza uma quinta temporada de Black Mirror. A tecnologia continua avançando a passos largos e continuam surgindo novos problemas e neuroses a serem abordadas e capitalizadas pela Netflix.

É por este motivo que Black Mirror tem potencial para seguir por tempo indeterminado. No entanto, pode ser que Charlie Brooker precise de reforços para alguns roteiros, já que houve reclamações sobre a série estar reciclando seus próprios materiais e temas das temporadas anteriores.

O único episódio que contou a ajuda de um co-roteirista nesta quarta temporada foi USS Callister, que teve a participação de William Bridges, roteirista que também havia colaborado no roteiro de Shut Up and Dance, da terceira temporada. Nas temporadas anteriores, tivemos também participações de Kanak Huq (15 Million Merits), Jesse Armstrong (The Entire History of You) e até Rashida Jones (Nosedive).

Ok, partindo do pressuposto que Charlie Brooker precise de uma mãozinha nos roteiros da quinta temporada de Black Mirror. Quem poderia ajudar?

 

1 – Neil Gaiman

Foto Neil Gaiman

 

Neil Gaiman já deixou explícito que gostaria de escrever um episódio para Black Mirror. Em seu Twitter, ao ser abordado por um fã que compartilha da opinão que Charlie Brooker precisa de reforços para os próximos episódios, Neil Gaiman declarou que há 5 anos tem vontade de escrever um episódio para a série, mas nunca teve tempo.

 

 

Gaiman, britânico assim como Brooker, ficou conhecido mundialmente por Sandman, sua HQ publicada pela Vertigo, um selo da DC Comics. Sua obra, que conta com 75 edições, foi a primeira HQ a entrar na lista dos best-sellers literários do The New York Times. Além de HQs, o autor já escreveu diversos livros, dentre eles American Gods, recentemente adaptado como série para a Amazon Prime e extremamente bem avaliada pela crítica.

Apesar das obras de Gaiman serem marcadas por universos de Fantasia com uma mitologia própria, não duvidamos de seu potencial para criar uma boa narrativa também no universo de Black Mirror. Será que Neil Gaiman irá realizar seu sonho na quinta temporada?

 

2 – Dan Harmon

Foto Dan Harmon

 

Dan Harmon é uma das mentes geniais (ou perturbadas) por trás da animação Rick and Morty. Se você curte filosofia, ciência, niilismo e desenhos politicamente incorretos, não deixe de assistir (as duas primeiras temporadas estão disponíveis na Netflix). Além do desenho, Harmon também é responsável por Community, sitcom da NBC, e Harmonquest, uma série sobre celebridades tentando jogar RPG de mesa.

A mente de Dan Harmon não só é extremamente criativa, como está acostumada a criar roteiros totalmente mindfuck e cenários distópicos em realidades alternativas. Não há dúvidas que a sua visão niilista de mundo e seu humor negro poderiam trazer algumas situações interessantes para a série.

Além disso, a tecnologia tem um papel essencial em Rick and Morty, principalmente através das criações inusitadas de Rick, que sempre trazem uma consequência inesperada para a narrativa. Exatamente o que é esperado de um episódio de Black Mirror.

 

3 – Neill Blomkamp

Foto Neill Blomkamp

 

Neill Blomkamp é conhecido por seu estilo único de direção que se utiliza de técnicas de mockumentaries (filmes no estilo de documentários, mas sobre histórias fictícias), em narrativas que se passam em universos distópicos. O incrível diretor sul-africano atuou na direção dos filmes Distrito 9, Elysium e Chappie, sendo também roteirista dessas obras. Blomkamp foi indicado ao Oscar de melhor roteiro adaptado por Distrito 9 em 2010, mas o vencedor do ano foi Preciosa.

Dois temas parecem fascinar Blomkamp: a distopia cyberpunk e a questão da vida em outros planetas. Apesar de ambos serem temas mais “futuristas” que os comumente tratados por Black Mirror, a série já flertou com a exploração interplanetária em USS Callister, ainda que no episódio se tratasse apenas de uma simulação. Talvez abordar esses assuntos possa trazer um respiro de novos temas à série em uma possível quinta temporada, principalmente neste momento em que os empreendimetnos de Elon Musk e sua empresa Space X já nos vazem vislumbrar a possibilidade de viagens comerciais ao espaço e outros planetas.

Assim como em Black Mirror, nos filmes de Blomkamp a tecnologia funciona apenas como uma alegoria para tratar de questões muito mais profundas.

 

4 – Spike Jonze

Foto Spike Jonze

 

Spike Jonze é com certeza o mais versátil da lista. O americano ficou mais conhecido pela direção dos filmes Quero Ser John Malkovich e Adaptação (onde foi indicado ao Oscar de Melhor Diretor em 2002), ambos escritos por Charlie Kaufman, mas também já atou como fotógrafo, roteirista e até ator. Chegou a produzir, inclusive, videoclipes incríveis nos anos 90 para artistas como Fatboy Slim, Beastie Boys, Daft Punk, Björk e Kanye West, entre outros.

Sua versatilidade é tanta, que Jonze foi também co-criador e produtor executivo da franquia Jackass, de Johnny Knoxville e companhia.

Com o avanço de sua carreira, Spike Jonze dirigiu filmes baseados em seus próprios roteiros, como Onde Vivem os Monstros, de uma incrível sensibilidade, e Her, que se tivesse uma hora de duração seria um verdadeiro episódio de Black Mirror. No filme, Theodore, personagem de Joaquin Phoenix, se apaixona pela sua assistente virtual. Não parece uma possibilidade tão distante, já que grandes empresas têm desenvolvido assistentes virtuais cada vez mais “inteligentes” e capazes de ter uma conversa real, como a Alexa da Amazon, a Siri da Apple e a Cortana do Google.

Se dirigir um filme sobre um portal que leva pessoas para a mente de um ator famoso e escrever outro sobre uma paixão que ultrapassa os limites da tecnologia não é muito Black Mirror, não sabemos mais o que pode ser.

 

5 – Charlie Kaufman

foto charlie kaufman

 

Charlie Kaufman é conhecido pelos roteiros de filmes cults como Quero Ser John Malkovich, Adaptação e Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças. Este último o fez ganhar o Oscar de Melhor Roteiro Original em 2004), apesar de já ter sido indicado anteriormente por outros filmes. Três de seus roteiros figuram na lista de 101 melhores roteiros de filmes da Writers Guild of America.

As narrativas de Kaufman geralmente trazem personagens principais deprimidos ou frustrados com suas vidas, que acabam se envolvendo com tramas bizarras, muitas vezes misturando fantasia e realidade. Seus filmes se aprofundam em temas como crises de identidade, mortalidade, sentido da vida e o conceito do que é a realidade.

Se incluirmos um fator tecnológico nesse mix, conseguimos chegar a um belo episódio de Black Mirror. Um ótimo exemplo seria Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, onde uma empresa inventa uma máquina capaz de apagar memórias de um relacionamento fracassado. A temática das memórias não é estranha a Black Mirror e já foi abordada em episódios como The Entire History of You e Crocodile.

E você, alguma sugestão de roteirista para escrever um episódio da quinta temporada de Black Mirror? Não deixe de comentar suas sugestões!

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Marcos Malagris

Publicitário, professor de marketing digital e Psicólogo, gasta seu escasso tempo livre navegando na Interwebz, consumindo nerdices e contemplando a efemeridade da existência. Me siga no Twitter ou no Facebook!

2 thoughts on “Black Mirror | 5 sugestões de roteiristas para reforçar a 5ª temporada

  • 1 Março, 2018 at 12:57
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    Por mais que a série apresentou alguns episódios ligados e reformulados aos anteriores de outras temporadas eu encontrei mensagens ótimas que consegui receber em cada episódio desde o mais chato até o mais legal, pois a série não é pra qualquer um, ela deve ser entendi por todo o seu contexto e isso facilitou a abrir a mente sobre vários aspetos de todos os episódios. Eu ouvi várias reclamações sobre episódios que não tiveram tanto foco na tecnologia em si, mas sim aspectos que estão ligados a ela ou até mesmo aspectos políticos, socioeconômicos e ambientais, esse foi o grande erro da série ela quis abordar esses aspectos tecnológicos e diversos assuntos do momento mas o telespectador esperava somente a abordagem da tecnologia como o episódio “Perdedor” da 3º temporada.

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    • 2 Março, 2018 at 15:56
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      Faz sentido! Mas para mim, a riqueza de Black Mirror está exatamente em analisar os desdobramentos cognitivos, sociais e políticos das inovações tecnológicas! =)

      Reply

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