Anne with an E | Os principais triunfos da segunda temporada

Em tempos de polarização, intolerância e desesperança, é importante nos mantermos otimistas, sonhadores e empenhados em fazer a diferença na vida daqueles que nos cercam. Essa é a grande mensagem de Anne with an E, série disponível no catálogo do Netflix, que está em sua segunda temporada.

A série é uma produção canadense exibida pelo canal CBC e distribuída mundialmente pelo Netflix. Inspirada no clássico Anne de Green Gables (1908), da escritora Lucy Maud Montgomery, Anne With an E se passa no final do século XIX e conta a história de Matthew (R. H. Thomson) e Marilla Cuthbert (Geraldine James), dois irmãos solteiros que vivem na fazenda Green Gables, localizada no vilarejo fictício de Avonlea. Por estarem chegando na terceira idade, decidem adotar um garoto para cuidar dos trabalhos braçais e ajudar na fazenda. No entanto, por engano o orfanato acaba enviando uma menina para os irmãos, a adorável Anne Shirley (Amybeth McNulty). Matthew convence Marilla a não devolver Anne ao orfanato, e pouco a pouco seu jeito gentil, carinhoso e sonhador conquista não somente os irmãos, mas todos em Avonlea.

 

Anne com Matthew na carroça em Anne With an E

 

Anne with an E é tão acolhedora que nos lembra comfort food. É um sorvete num dia de calor, chocolate quente num dia de chuva. É o tipo de série que estampa sorrisos involuntários em nossos rostos. Que nos faz crer que há bondade e esperança no mundo, que devemos acreditar nos nossos sonhos e todos os demais clichês presentes nos livros de autoajuda ou em músicas da Xuxa.

Além de ser dona de um otimismo ímpar, Anne with an E encanta com sua fotografia impressionante, graças também ao trabalho de pesquisa de sua criadora, roteirista e produtora Moira Walley-Beckett. Veterana, a produtora já foi vencedora de dois Emmys na categoria de Melhor Série em Drama por Breaking Bad. Filmada no Canadá com paisagens exuberantes, a série é um retrato fiel da comunidade agrária canadense do final do século XIX.

Se a primeira temporada foi criticada por se distanciar do livro ao apresentar alguns momentos sombrios, a segunda temporada do seriado surpreende ao abordar questões mais sérias e urgentes sem perder a leveza.

 

Atenção, pois o próximo tópico desta resenha contém spoilers sobre a segunda temporada de Anne with an E. 

 

Triunfos da segunda temporada de Anne with an E

Anne olha para o horizonte em Anne With an E

 

Anne with an E é uma série que foge aos padrões quanto à temática retratada normalmente em obras “de época”. A série é progressista e, apesar de se passar no século XIX, trata de temas pouco convencionais para a época, como racismo, homossexualidade e feminismo. É uma ode às minorias e aos oprimidos da época – que infelizmente, ainda são os mesmos de hoje.

 

Racismo

Bash em Anne With an E

 

A segunda temporada introduz novos personagens que contribuem para a riqueza de assuntos abordados. Um deles é Bash (Dalmar Abuzeid), o primeiro negro de destaque no seriado. Gilbert (Lucas Jade Zumann) conheceu Bash no navio em que trabalhou após a morte de seu pai. Ao voltar para Avonlea, propõe que o amigo more com ele e o ajude a cuidar da fazenda que seu pai lhe deixou de herança.

Anne with an E então retrata o preconceito sofrido por Bash pela maioria dos moradores de Avonlea. Em uma das cenas mais tristes da temporada, Bash é repreendido por sua cor por um funcionário do trem no qual tentava entrar. O detalhe é que o funcionário preconceituoso era, ele mesmo, negro.

A cena é um soco no estômago, pois retrata a resignação de determinadas pessoas, que seja por sua cor, profissão, etnia ou gênero, aprenderam a acreditar que valem menos que outras.

 

Bash conversa com Gilbert em Anne With an E

 

O tema já foi abordado brilhantemente no longa Que Horas Ela Volta?, no qual a personagem de Regina Casé repreendia sua filha por sentar-se à mesa com sua patroa. Afinal, aos seus olhos a filha de uma empregada deveria saber seu lugar no mundo e jamais mereceria dividir a mesa com a patroa, sua superior.

O roteiro da série também foi certeiro ao demonstrar que muitas vezes o preconceito reside no medo do desconhecido e na falta de empatia por aquilo que nos é estranho. Tal reflexão surge do posicionamento de Marilla quanto ao recém-chegado Bash: ao conhecê-lo, inicialmente ela teve um choque e ficou desconcertada, pois nunca havia interagido com um negro antes e não sabia como agir, considerando o então recente histórico de escravidão. Entretanto, Marilla rapidamente reconheceu o rapaz como seu semelhante, e passou a tratá-lo com empatia e respeito, sendo uma das defensoras da permanência de Bash em Avonlea.

Bash poderia terminar apenas como um dos coadjuvantes da jornada de Gilbert, mas a série ganha pontos ao lhe dar voz própria. Sentindo-se indesejado em Avonlea, Bash urge em ser acolhido por seus pares, e encontra conforto no “Gueto” – área mais afastada e humilde de Avonlea, na qual habitam os descendentes dos escravos, ainda marginalizados pela sociedade.

 

Homofobia

Cole desenhando em Anne With an E

 

Outro personagem que é introduzido na segunda temporada com o propósito de expandir a temática da série é Cole (Cory Gruter-Andrew). O rapaz sensível e artista promissor sofria bullying de seus colegas de classe e do Sr. Phillips (Stephen Tracey), seu professor, por ser muito feminino. Ele sempre se sentiu diferente e deslocado, como se não pertencesse àquele mundo. Sua sorte muda quando acompanha Anne e Diana (Dalila Bela) para uma festa liberal e progressista na casa da tia Josephine (Deborah Grover), ocasião em que todos descobrem que Josephine é gay.

O rapaz passa então por uma transformação. Ao se descobrir, ele adquire forças para confrontar seus opressores, inclusive seu professor. Cole teve discernimento para compreender que o ódio do Sr. Philips não era direcionado ao aluno, mas a si próprio. Ele odiava Cole porque o rapaz representava tudo que ele mesmo era, e gostaria que não fosse.

 

Sr. Phillips olha Cole em seu reflexo em Anne With an E

 

A repulsão do professor Philips é compreensível pela época em que viveu e educação que provavelmente recebeu. Crianças que crescem ouvindo que homossexualidade é algo errado, não natural ou até mesmo nojento, se tornam adultos preconceituosos – ainda que não externalizem o preconceito ou ajam com aparente respeito à comunidade LGBT.

São os autores de frases como “Não sou preconceituoso, cada um faz o que quer, mas Deus me livre ter um filho assim!”

Mas o que fazer quando alguém criado dessa forma se descobre gay? Amor próprio e autoaceitação parecem sentimentos difíceis de nutrir, já que ele aprendeu que a homossexualidade é algo errado, e que ele está condenado a uma vida eterna de sofrimento.

É um silogismo simples. Ser gay é errado >> Sou gay >> Sou errado.

Esse tema foi abordado de forma avassaladora no stand up Nannete, da comediante Hannah Gadsby, disponível no Netflix. Hannah narra sua luta por amor próprio ao se descobrir lésbica em um país que considerava a homossexualidade um crime até 1997.

A jornada de Cole rumo à autoaceitação passa por temas como homossexualidade, homofobia, e os perigos do bullying. E mais uma vez, Anne With an E transmite de forma leve a mensagem de que é ok ser diferente.

 

Feminismo

Miss Stacey e Anne em Anne With an E

 

Feminismo, que palavra incrível!” Por essa fala de Anne da primeira temporada da série, percebe-se que Anne With an E sempre flertou com o feminismo. Seja pela postura ocasionalmente feminista de sua protagonista (ainda que não proposital), pela luta do Grupo Progressista de Mães em conceder a mesma educação para meninas e meninos, ou pelo fato de Marilla nunca ter casado, Walley-Beckett sempre colocou a questão de gênero de forma sutil no seriado.

A abordagem se intensifica na segunda temporada com as personagens de Prissy Andrews (Ella Jonas Farlinger), colega de classe de Anne que tem um caso com o professor Phillips, e Miss Stacy (Joanna Douglas), a nova professora “solteirona” que possui métodos não ortodoxos de ensino.

Prissy toma uma atitude vanguardista para o século XIX ao deixar o Sr. Phillips no altar em busca do sonho de cursar a universidade. Em uma bela demonstração de sororidade, Anne, Diana e Ruby (Kyla Matthews) formam um círculo ao redor da amiga, a assegurando de que tudo vai ficar bem.

Já Miss Stacey sofre o preconceito de ser uma mulher atraente e jovem viúva que optou por não casar novamente. Isso, associado ao fato de usar calças (uma atitude escandalosa para o século XIX), morar sozinha e andar com uma motocicleta foi o suficiente para a professora ser rejeitada pela comunidade de Avonlea.

 

Miss Stacey dirigindo a motocicleta em Anne With an E

 

A própria Anne demonstra bom humor e ousadia ao se passar por um menino por um dia, após ter sido confundida com um garoto por possuir cabelos curtos. No fim do dia, refletiu sobre a liberdade de ser um menino, que pode trabalhar, andar na rua e brincar de bolas de gude, sem ser importunado ou reprimido.

Não à toa que o título de cada episódio da segunda temporada seja uma frase de George Eliot, pseudônimo de Mary Anne Evans. A escritora do século XIX quebrava as regras e se passava por homem para ter seus livros publicados.

Qualquer semelhança com Anne não é mera coincidência.

Terceira temporada

 

Atualização [15/08/2018]: A mobilização para a renovação de Anne with an E foi um sucesso, e o Netflix informou em seu Instagram que a série foi renovada para sua terceira temporada!

 

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É #renewannewithane que fala, né? 😉

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Para evitar que a série fosse cancelada em razão da audiência aquém do esperado, a criadora Moira Walley-Beckett publicar em sua conta no Instagram uma mensagem para os fãs de Anne with an E:

 

“Queridos AWAE fãs! Se você quer uma terceira temporada aqui está o que você precisa fazer: faça com que pessoas que ainda não assistiram acordem e assistam! Você AMA nossa série. Agora você pode espalhar a notícia e fazer com que mais pessoas se apaixonem pela Anne! Precisamos de novos olhos nas telas! Precisamos conquistar mais audiência! VOCÊ PODE AJUDAR! Confira com todos que conhece! Espalhe a palavra! Espalhe o amor! Fãs, uni-vos! Vamos fazer isso acontecer!”

 

Graças ao desempenho dos fandoms, os Anners fizeram com que o assunto ficasse entre os trending topics no Twitter, tendo figurado em primeiro lugar no sábado, 05 de agosto.

Anne with an E transmite uma mensagem positiva e traz uma visão otimista de mundo em meio a tantas notícias ruins. Não se esquiva de abordar temas necessários, mas o faz com a mesma leveza e pureza de sua adorável protagonista.

A vida vale a pena ser vivida se houver sorrisos nela“. Esperamos que Anne continue nos fazendo sorrir por muito tempo.

E você, é fã de Anne With an E? Deixe seus comentários sobre a série!

 

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Boo Mesquita

Geek de carteirinha e cinéfila, ama assistir a filmes e séries, ir a shows, ler livros e jogar, sejam games no ps4 ou boards. Quando não está escrevendo, pode ser vista fazendo pole dance, comendo fora ou brincando com cachorrinhos. Me siga no Instagram!

20 thoughts on “Anne with an E | Os principais triunfos da segunda temporada

  • 10 Agosto, 2018 at 11:52
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    Bacana o resumo consistente e esclarecedor dos temas!👍

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    • 6 Janeiro, 2020 at 23:20
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      Então ser feminista é não casar? AFFF
      A Marília não casou pq ela não pôde, não pq ela não quis. Ela era apaixonada pelo pai do Gilbert.
      E ter uma educação igual é questão de bom senso, não de feminismo.
      “Como é bom ser menino,ter liberdade”. Heeeelloooo! A vida dos homens não é esse mar de rosas que pensamos! Ainda mais nessa época. Trabalhos sujos e pesados, ter que ir pra guerra…Deve ser terrível ir pra guerra sem saber se sairá vivo dela!!!
      Eu gostava mais da série na primeira temporada, depois caiu pra mim…só estou vendo a terceira temporada pq é a última.

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      • 15 Janeiro, 2020 at 20:33
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        Olá, Verônica! Ser feminista não é abdicar do casamento, mas certamente a série desafia a noção dos papéis que eram reservados às mulheres na época que ela retrata, sendo o papel de esposa um deles. A série mostra mulheres que desafiavam os padrões da época, e é sobre isso que escrevemos nesta crítica!

        Hoje nós achamos que educação igual para ambos os sexos é sim uma questão de bom senso, mas houve uma época em que somente os homens estudavam e pior, de acordo com a Constituição brasileira a mulher era um ser absolutamente incapaz e propriedade do homem (primeiro de seu pai, e depois de seu marido). Foi necessária muita luta dos movimentos feministas para que hoje as mulheres pudessem, pelo menos de acordo com nossa constituição, possuir os mesmos direitos que os homens! =)

        Nossa intenção nesse artigo nunca foi desmerecer os homens, mas expor os diversos temas que Anne With An E aborda, e dentre eles está o feminismo!

        Um abraço!

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      • 29 Janeiro, 2020 at 22:25
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        Bravo! E a abordagem da homossexualidade saiu completamente do contexto proposta pela série e pela época em que ela se passa. Sim. Existem gays desde que o mundo é mundo, mas tornar isso uma opção maravilhosa é loucura até em 2020, ma chérie…

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        • 14 Abril, 2020 at 10:16
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          Opção? VocÊ ainda está no século XIX?

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  • 25 Outubro, 2018 at 14:10
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    Adorando a série. Super delicada , linda fotografia e interpretações maravilhosas em especial a da menina Anne. Nao tem como nao se apaixonar!💕💕

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    • 25 Outubro, 2018 at 19:45
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      Sim! É uma dessas séries em que assistimos com um sorriso no rosto! <3

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  • 15 Novembro, 2018 at 22:51
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    Amei a série!! Assisti as duas temporadas em dois dias! Ansiosa pela terceira!

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    • 18 Novembro, 2018 at 19:48
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      Também estou ansiosíssima, Valéria! Essa série é muito linda, espero que não acabe tão cedo!

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  • 10 Dezembro, 2018 at 13:38
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    A série é simplesmente linda,maravilhosa não tenho palavras para descrever. Apenas INCRÍVEL, vou cria empatia pela Anne e começa a ver por outros olhos o mundo, mostra também que ter imaginação e coragem é essencial para nos sentirmos vivo,para aquilo que queremos é nunca desistir dos nossos sonhos apesar de desafios. Estou super apaixonada por Anne with an E. ❤❤

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  • 15 Janeiro, 2019 at 14:15
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    Serie linda.aguardando ansiosamente a terceira temporada

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  • 9 Janeiro, 2020 at 19:15
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    Amei a matéria. Eu sou apaixonada por essa série incrível. Nos dá a impressão de que nunca mudamos e isso a mais de 100, quando o livro foi escrito. Agora quero muito que a netflix reflita e renove para uma 4ª temporada. Assisti as 3 temporadas e todas são simplesmente incríveis; Ainda falta muita coisa para ser contada e mostrada, por isso tenho fé que renovem para a 4ª temporada.

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    • 15 Janeiro, 2020 at 20:33
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      Também estamos na torcida, Cleide! =D

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      • 23 Janeiro, 2020 at 23:43
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        Ainda estou na 1° temporada , mas o Sr Phillips é gay então ? Me tirem essa dúvida kkkkk

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  • 29 Janeiro, 2020 at 22:35
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    A série começou bem, até reassistí a primeira temporada com a minha filha para que ela visse o que a leitura pode fazer com a nossa imaginação e criatividade. Mas tornar a Anne uma “ativista de leve” é ridículo. Não vou expor minha filha de 9 anos a esse tipo de pensamento. O comentário da personagem no episódio onde uma festa LGBT foi retratada com glamour de flores em seis cores e um monte de casais gays numa pequena cidade do interior do Canadá do Século XIX é pior do que tentar justificar as orgias de Sense8. Lamentável terem mudado o foco da série que tinha tudo para influenciar positivamente pré-adolescentes, adolescentes e gente mais experiente. Ficou fora do contexto da série. Ficou fora da proposta água com açúcar da série. Precisa ser gay e politicamente correto pra alcançar audiência? Não bastava usar o contexto histórico como as sufragistas, o feminismo, etc…? Não. Tinha que LGBTizar a série… Que pena. Ainda bem que acabou. Parabéns a todo o elenco, mas o roteiro criou uma mancha em meio a tanta beleza…

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    • 14 Abril, 2020 at 10:31
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      Jesus… onde está a máquina do tempo que te trouxe pra este século??? Pai eterno.

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    • 25 Junho, 2020 at 17:44
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      Volta pro século XIX vai

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  • 3 Abril, 2020 at 10:26
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    Excelente reflexão Fernando. Também estava assistindo com os meus filhos. Anne é inspiração para incentivar a criatividade e aprimorar o conhecimento através da leitura prazerosa. Mas… não dá para assistir tudo com eles, perdeu a essência inocente/incentivadora para todas as idades…
    Triste

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  • 20 Junho, 2020 at 16:17
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    Estou encantado com a leveza de abordagem que foi lançada nesta série. Verdade que pode assustar alguém que não esteja com o coração aberto e os olhos lançados para o futuro. A sequência dos temas, inclusive, vai alargando pari passu nossa mente diante de fatos de nosso cotidiano: bullying, feminismo, homofobia, racismo. Também expõe verdades nas inter-relações entre membros das famílias da série, ao ponto de pais exigirem que suas filhas se submetam aos propósitos de seus maridos. O final foi de uma criatividade singular pois nos coloca no vasto imaginário que esta série nos lança.
    Parabéns, enfim, a todos que de uma forma ou de outra nos trouxe esta preciosidade.

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  • 27 Julho, 2020 at 15:21
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    Pois eu faço questão de assistir com meus filhos justamente pela leveza com que a série aborda tantos temas relevantes e mostra a beleza da diversidade em todas as suas faces, demonstrando a importância não só de respeitar, mas de abraçar as diferenças. <3

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