Hang the DJ | Algoritmos, profecias auto-realizáveis e Amor Fati [Explicação]

E quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? Em Hang the DJ existe. E é uma razão estatística.

Hang the DJ é uma grata surpresa nesta 4ª temporada de Black Mirror, sendo certamente um dos episódios mais complexos da antologia.

O título faz referência à música “Panic” da banda The Smiths, que toca ao final do episódio e entoa em seu refrão “enforquem o DJ”.  A expressão costuma ser utilizada quando um DJ de uma festa toca uma sequência de músicas ruins, sendo uma metáfora para o “sistema”, que também disparava uma sequência de encontros ruins para os personagens.

Dentre a profusão de temas na obra, Hang the DJ nos satisfaz por massagear nossos ideais românticos. Um atestado científico de que almas gêmeas existem e estão esperando por nós. Tudo isso contado através de um belo conto e corroborado pelas disciplinas científicas de maior confiabilidade de nossa época: a estatística e o “big data”.

Se San Junipero já agradou e confundiu os fãs da série por trazer um final agridoce, em Hang the DJ temos um final indubitavelmente feliz.

 

[Importante ressaltar que o episódio pode ter algumas interpretações diferentes sobre sua narrativa, então faremos uma breve resenha sobre o que entendemos do roteiro de Hang the DJ, antes de entrar nos principais pontos deste review.]

 

Simulacros e simulações

 

Black Mirror - Hang the DJ - Simulações

 

A narrativa de Hang the DJ se passa em duas realidades distintas, apesar de isso só ficar claro ao fim do episódio. Durante a maior parte da narrativa, somos apresentados à realidade do “sistema” como se fosse a vida real.

Neste sistema, as relações entre os personagens representam algoritmos de machine learning que, através do reconhecimento de padrões, ajudam o sistema a aprender com seus erros e fazer previsões mais assertivas. A grande beleza de Hang the DJ é desenvolver uma mitologia que romantiza esse processo extremamente técnico, através da personificação dos algoritmos como reais personagens, com os quais conseguimos nos identificar.

Indo mais além, esses próprios personagens da simulação usando um aplicativo complexo de relacionamentos que faz suas próprias simulações. É a segunda camada da cebola, o que deixa tudo ainda mais mindfuck. Este aplicativo, nomeado “o sistema”, pede a confiança dos usuários para passarem por uma série de relacionamentos, muitos deles ruins e desestimulantes, para que o aplicativo possa aprender sobre seus padrões e finalmente sugerir o relacionamento definitivo.

A alma gêmea com quem você irá compartilhar o resto da sua vida e ser feliz para sempre.

O que os personagens não sabem é que estão participando de repetidas simulações em si, cujo objetivo é identificar casais com potencial de seguirem seus corações e superarem a ilusão da razão científica, fugindo do “jogo”.

 

Black Mirror - Hang the DJ - 1000 simulações completas

 

Essa fuga, através da aceitação do amor “irracional” é a “prova dos nove”. Se ocorrer em pelo menos 99,8% das simulações, “it’s a match!”, passamos a ter um casal com alta compatibilidade.

Ainda que os personagens a princípio não tenham reconhecido que esteriam vivendo em uma simulação, ao longo da história algumas dicas já denotam que o ambiente em que vivem não se trataria do mundo “real”. O lançar de pedras ao lago, por exemplo, sempre gera uma sequência de quatro “quiques”, revelando um bug na programação. Uma falha na matrix.

Enquanto isso, existe sim uma realidade “real” (rs), onde as 1.000 simulações se passam em milésimos de segundo, quando um usuário da realidade real pega seu “Tinder” e verifica sua compatibilidade com um possível parceiro específico.

É isto que ocorre na festa em que os dois protagonistas se encontram. Ao verificar sua compatibilidade no aplicativo, disparam uma série de 1.000 simulações entre suas versões digitais, verificando quantas dessas irão resultar no match definitivo.

A porcentagem dessas simulações que conseguem escapar do “sistema” é o coeficiente de compatibilidade mostrado na tela do app.

 

O paradoxo da escolha e o papel dos algoritmos

 

Black Mirror - Hang the DJ - Amy e Frank passeando

 

Em seu primeiro encontro, Amy (Georgina Campbell) e Frank (Joe Cole) riem sobre como deveria ser difícil ter relacionamentos antes do “sistema”: “São muitas opções de pessoas! Você acaba não conseguindo decidir qual você quer.”

Nesta frase, Amy acaba por descrever o Paradoxo da Escolha, termo cunhado pelo psicólogo Barry Schwartz.

Em seu livro “O Paradoxo da Escolha”, Schwartz faz uma afirmação ousada: ter mais opções e escolhas na vida não necessariamente significa mais liberdade e um maior nível de felicidade. Dando exemplos do nosso cotidiano, ele mostra como as opções de escolha, em todas as esferas da vida, não param de aumentar e como isso pode ser prejudicial. 

Quem nunca foi comprar um celular, por exemplo, e ficou perdido diante de tantas opções de aparelhos e planos? É isso que Schwartz nos mostra. O aumento do número de opções pode causar paralisia e gerar processos psicológicos que nos fazem adiar nossas decisões. E quanto maiores os impactos e riscos envolvidos, mais díficil fica escolher.

No caso de Hang the DJ, a decisão é uma das mais importantes da vida: com quem compartilhar o resto de sua existência?

 

Black Mirror - Hang the DJ - Edna e Mike

 

Diante dessa dificuldade, os usuários do “sistema” terceirizam sua decisão, evitando a frustração de ter que encarar as consequências de uma escolha ruim. A seleção do parceiro ideal é feita, portanto, através de algoritmos, que estudam o padrão de comportamento e personalidade dos usuários para entender, melhor que eles mesmos, o que realmente desejam.

Interessante notar também que durante o encontro o “sistema” faz todas as escolhas, inclusive uma das decisões mais importantes e difíceis na vida de um casal: “o que vamos comer hoje?”. O algoritmo acaba escolhendo comidas que eles não optariam por conta própria. Surpreendidos, dizem: “então parece que eu gosto de massa”; “e eu de bolo de peixe”.

Apesar de surpresos, acabam bastante satisfeitos com seus pratos. Prova de que o algoritmo é infalível.

Não precisamos ir longe para ver como os algoritmos já estão influenciando nossas escolhas. No Facebook, atuam selecionando quais postagens vemos e quais não vemos em nossa timeline. Em uma loja online, por exemplo, nos sugerem por quais produtos podemos nos interessar com base em nossos comportamentos anteriores de compra.

Em Hang the DJ, a confiança no sistema é tão grande que mesmo não vendo sentido em um relacionamento de um ano com uma pessoa insuportável, os personagens seguem o plano, confiando que o “sistema” sabe o que está fazendo e no final do processo irá entregar o que propõe: o parceiro ideal.

 

Profecias auto-realizáveis

 

Black Mirror - Hang the DJ - 12 horas

 

Se soubessemos que nosso relacionamento com alguém teria duração de apenas algumas semanas, será que nos esforçaríamos para fazê-lo dar certo ou ao menos sermos pessoas agradáveis?

Certamente não. Não teria sentido o investimento de energia em algo que já está fadado ao fracasso em tão pouco tempo.

Na psicologia, este processo pode ser comparado ao conceito de profecias auto-realizáveis, termo cunhado por Robert Menton. O autor afirma que ao estabelecer um prognóstico e tomá-lo como crença, provocamos sua concretização.

Um exemplo claro seria este pensamento de um estudante: “tenho certeza que não irei passar nesta prova, portanto nem adianta estudar”. Não há dúvidas de que não estudar irá reduzir drasticamente as chance de passar na prova. Ou seja, ao encarar a profecia inicial como verdadeira, esta jovem irá realmente torná-la verdadeira.

Na ciranda de sucessivos encontros vividos pelos personagens, ao olhar para a “data de expiração” de cada relacionamento, também já é definido naquele momento o grau de envolvimento e empolgação com o qual ele será vivido.

 

Eterno Retorno e Amor Fati

 

Black Mirror - Hang the DJ - Amy e Frank na cama

 

Não é à toa que é possível traçar tantos paralelos de Black Mirror com a filosofia de Nietzsche. O filósofo, famoso por seu niilismo, também era um degraçador de cabeças.

Em seu livro, Gaia Ciência, Nietzsche propõe:

“E se um dia, ou uma noite, um demônio lhe aparecesse furtivamente em sua mais desolada solidão e dissesse: ‘Esta vida, como você a está vivendo e já viveu, você terá de viver mais uma vez e por incontáveis vezes; e nada haverá de novo nela, mas cada dor e cada prazer e cada suspiro e pensamento, e tudo o que é inefavelmente grande e pequeno em sua vida, terão de lhe suceder novamente, tudo na mesma sequência e ordem…

… você não se prostraria e rangeria os dentes e amaldiçoaria o demônio que assim falou? Ou você já experimentou um instante imenso, no qual lhe responderia: ‘Você é um deus e jamais ouvi coisa tão divina!’.”

Essa é a teoria do Eterno Retorno. Uma alegoria para que nos questionemos: se fóssemos condenados a viver repetidamente a mesma vida, em um ciclo infinito, não seria importante viver exatamente a vida que sonhamos? Afinal, qualquer arrependimento também teria de ser vivido incontáveis vezes.

 

Black Mirror - Hang the DJ - 998 rebeliões registradas

 

Voltando a Hang the DJ, esta é a proposta do “sistema”. Ao rodar 1.000 simulações de um relacionamento, seria possível identificar se ele está fadado a repetir seu destino sempre da mesma maneira. E o que se busca nessa repetição, é detectar combinações de casais que gerariam um relacionamento corajoso o suficiente para viver a vida que sonham, fugindo das garras da racionalidade dos algoritmos. Relacionamentos fortes o suficiente para “enforcar o DJ”.

A diferença é que, no caso de Nietzsche, esta repetição deveria se dar 100% das vezes, mas no “sistema” do episódio, 99,8% das vezes já é satisfatório para identificar o casal “perfeito”. Talvez o filósofo apenas não conhecesse o conceito estatístico de intervalo de confiança.

Enquanto isso, os personagens do “mundo real” em Hang the DJ simplesmente confiam no aplicativo e aceitam seu destino. Afinal, um relacionamento que foi capaz de sobreviver às provações do “sistema” e do Eterno Retorno só pode realmente ser muito especial.

Ao final do episódio, portanto, Amy e Frank não conseguem esconder sua felicidade de terem encontrado um ao outro. Sabem que são compatíveis e que o futuro estará repleto de experiências memoráveis. Dizem então “sim” para o porvir, pois sabem que mesmo que ocorram brigas e desentendimentos, o destino é ficarem juntos.

 

Black Mirror - Hang the DJ - Match

 

Esse é o conceito de Amor Fati ou “amor ao destino”, que Nietzsche utiliza em sua filosofia como a principal forma de superar o terror do Eterno Retorno. Já que vamos viver da mesma forma repetidamente, em um ciclo infinito, precisamos ao menos agir de forma a amar esta vida.

“Minha fórmula para a grandeza no homem é amor-fati: não querer nada de outro modo, nem para diante nem para trás, nem em toda eternidade. ” – Nietzsche, Ecce Homo

A virada de Hang the DJ é que as simulações dos personagens vivem o Eterno Retorno no “sistema” para que os personagens reais possam ter seu destino definido. A partir daí é só confiar no futuro e declarar o Amor Fati.

A vida seria mais simples assim, não é mesmo?

 

Curtiu o review? Você pode ler também as resenhas de USS Callister, Arkangel, Crocodile, Metalhead e Black Museum. Ou curta nossa página no Facebook. 😉

Marcos Malagris

Publicitário, professor de marketing digital e Psicólogo, gasta seu escasso tempo livre navegando na Interwebz, consumindo nerdices e contemplando a efemeridade da existência. Me siga no Twitter ou no Facebook!

33 thoughts on “Hang the DJ | Algoritmos, profecias auto-realizáveis e Amor Fati [Explicação]

  • 6 Janeiro, 2018 at 16:14
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    Brilhante análise!

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    • 7 Janeiro, 2018 at 13:21
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      Obrigado! =)

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  • 7 Janeiro, 2018 at 1:52
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    Melhor análise que li do episódio. As outras por aí são todas muito rasas e quase não explicam o episódio como um todo! Parabéns!!

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  • 7 Janeiro, 2018 at 15:10
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    Que delicia ler uma analise tão rica em filosofia e psicologia. Ta de parabens

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  • 8 Janeiro, 2018 at 3:14
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    Parabéns pela análise!

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    • 9 Janeiro, 2018 at 11:22
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      Valeu, Roberto!

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  • 8 Janeiro, 2018 at 17:19
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    Que analise incrível, estou encantada. Parabens!!

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  • 8 Janeiro, 2018 at 23:24
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    Primeiramente quero parabenizar pelo texto muito bom, cheio de conteúdo e riqueza, dano exemplos científicos e filosóficos.
    Fiquei com uma dúvida, talvez você respondeu no seu texto, se sim, peço desculpas pela falta de atenção. Vou lançar a dúvida. “Aquele momento que o aplicativo propôs um reencontro de Amy e Frank e há uma promessa do casal em não executar o app para saber quanto tempo iriam ficar junto, e Frank por curiosidade e tamanha angústia acabou verificando o tempo. Gostaria de saber porque o app foi diminuindo o tempo deles para ficar junto? já que no início foi 5 anos. E quando ele perguntou ao sistema porque estava diminuindo, o sistema responde ;”Tudo acontece por um motivo”. O que seria esse motivo? Já agradeço. Obrigado

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    • 9 Janeiro, 2018 at 11:36
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      Olá Fabio, obrigado pelo comentário!

      Essa cena que você citou é um perfeito exemplo do conceito de “profecia auto-realizável”, que falamos no texto. Ao ver a data de expiração do relacionamento, ele automaticamente já o sabota em sua cabeça. Sabendo que vai acabar, ele já aceita e não se investe mais no relacionamento.

      Isso faz com que o aplicativo recalcule o tempo do relacionamento, pois agora já sabe que uma das partes não está tão investida. E aí entra em um looping.

      Sobre o “tudo acontece por um motivo”, realmente não entendi. Interpretei que o “motivo” é este fato dele estar menos investido na relação mesmo.

      Você entendeu algo diferente?

      Um abraço!

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      • 14 Janeiro, 2018 at 16:42
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        Concordo com o que você interpretou como “motivo”, Marcos. Mas, quando eu assisti o episódio, na minha interpretação, o “motivo” foi porque ele traiu o pacto dos 2. Logo, o sistema registrou isso como um traço da personalidade dele. Se ele traiu esse primeiro pacto, provavelmente trairia outras vezes, e num relacionamento esse tipo de atitude, hora a mais, hora a menos, acaba levando ao “fracasso” do relacionamento.

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        • 14 Janeiro, 2018 at 16:44
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          Faz total sentido, obrigado pelo comentário, Emmeline!

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          • 14 Janeiro, 2018 at 20:46
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            Na verdade eu interpretei de uma forma um pouco diferente de vocês. Acredito que “o sistema” era muito mais complexo do que o que foi mostrado no episódio (que vontade de ver todas as simulações na qual eles se rebelaram kkk. Sou apaixonada por esse episódio).

            Muito provavelmente em algum outro universo, em alguma outra simulação propriamente dita, Frank deve ter seguido o pacto e não olhado a data de validade do relacionamento deles. E então, 5 anos depois, depois de viver 5 anos feliz e apaixonado, teria que enfrentar o fato de que ambos iriam se separar. Acredito que o sistema, a todo tempo, tenta separar os dois de todas as formas pra testar o quanto eles se amam, ou, de forma mais racional, se são realmente compatíveis a ponto de desafiar o sistema e ficarem juntos.

            É basicamente o que a Amy diz pro Frank no final do episódio, que a todo tempo algo está tentando separar os dois. Acredito que quando Frank olhou para a data de validade dele, o sistema jogou outro obstáculo no caminho do casal: Frank ter sido o responsável pelo tempo deles ter diminuído, e consequentemente viver com a culpa disso, além de saber que ao invés de ter 5 anos com amy, teria apenas algumas horas. Isso desencadeia o fato dele contar pra ela que quebrou o pacto deles, gerando MAIS UM obstáculo, que é a quebra de confiança que existiu por parte dele. Mesmo com tudo isso, eles ainda sim decidiram ficar juntos e passarem por cima desses problemas.

            Acredito que a frase do sistema, “tudo acontece por um motivo”, serve tanto pro mundo fictício dos personagens, lhes dizendo que o sistema está trabalhando e verificando o que está ocorrendo para que possa achar seu par ideal (e aí, cabe aos personagens confiar ou não nisso. Frank e Amy nao confiara) mas também é apenas uma auto explicação pra tudo que acontece naquele mundo pra nós, que estamos assistindo: a todo tempo eles são testados pra que possa ser verificado a compatibilidade deles, então todas as separações e obstáculos acontecem por um motivo, qual seja, definir se eles são um “match” ou não.

          • 15 Janeiro, 2018 at 9:36
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            Oi Nathy, obrigado pelo comentário!
            Faz bastante sentido. Concordo que em alguma das simulações ele pode ter seguido o pacto de não olhar a data de validade do relacionamento e ter vivido os 5 anos até o momento da ruptura. Nesta simulação, ainda assim, existiria a possibilidade de se rebelar contra os sistema, lutando para ficar juntos após os 5 anos, mesmo que o aplicativo diga o contrário.

            Acredito que em cada uma da 99,8% simulações em que eles se rebelaram, a rebelião em si ocorreu de uma forma diferente.

            Também amo o episódio, com certeza um dos melhores da série! =)

  • 11 Janeiro, 2018 at 8:40
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    Marcos, seu texto está fenomenal. Sou psicólogo e estudante de filosofia, então tenho um particular interesse nos recortes que você vem fazendo nas análises desta quarta temporada, e tem sido um deleite acompanhá-las – enriquece muito mais o episódio, e por isso sou grato.

    Uma questão sobre o amor-fati: não é paradoxal que as versões “virtuais” de Frank e Amy tivessem que desafiar o que o destino/sistema lhes reservava pra que as versões “reais” pudessem ter uma garantia de um destino traçado com maior precisão, ou seja, menos questionável? Me parece que o amor-fati dos personagens reais dependia do inconformismo dos seus correlatos dentro do Sistema. E, se é assim, me parece meio contrassenso rodar as 1000 simulações, atestar com alta probabilidade o traço subversivo, disruptivo, rebelde daqueles dois sujeitos, pra no final o Sistema concluir: “vocês dois aí, fiquem juntos e acreditem em mim, pois ‘everything happens for a reason’”… é uma questão que não tira o brilho do episódio – quando muito, fomenta a discussão sobre ele e o enaltece.

    PS: teu texto sobre o U.S.S. Callister foi comentado em um podcast que eu adoro, o Anticast, em que eles também fazem uma resenha de cada episódio de BM à luz da filosofia. Foi por lá que te conheci.

    Reply
    • 11 Janeiro, 2018 at 10:33
      Permalink

      Obrigado pelo comentário, Fabio! Também curto muito o Anticast!

      É mesmo um paradoxo que gera uma discussão muito boa! As simulações não aceitarem o destino para que as versões reais o aceitem e “obedeçam o sistema”.

      Acho que o que “resolve” o paradoxo é o fato de existirem almas gêmeas ou pessoas que realmente combinem muito entre si. Sabendo que existe alguém perfeito (ou quase), você consegue tomar a decisão de se rebelar contra um sistema que te afasta dessa pessoa perfeita ou se entregar a este sistema, se ele te aproxima dela.

      Mas dá pra pirar bastante nessa discussão. Viva Black Mirror!

      Reply
  • 14 Janeiro, 2018 at 17:03
    Permalink

    Sensacional a análise do roteiro sob a ótica da psicologia.

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    • 15 Janeiro, 2018 at 9:07
      Permalink

      Obrigado pelo comentário, Dani!

      Reply
  • 26 Janeiro, 2018 at 14:38
    Permalink

    Parabéns pelas análises!

    Só cheguei aqui após ver todos os episódios e suas análises são as mais ricas e complexas, disparado.

    Ajudam demais a aprofundar meu etendimento.

    Reply
    • 26 Janeiro, 2018 at 15:38
      Permalink

      Boa, Thiago!

      Abs,

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  • 3 Fevereiro, 2018 at 13:23
    Permalink

    Me apaixonei pela maneira como vc conseguiu encaixar esses conceitos dentro desse episódio. Tenho um ritual de sempre querer encaixar conceitos filosóficos entre tudo que vejo, e é incrível a maneira como Nietzsche sempre se encaixa, é o cara rsrs! Acho que o que também poderia se enquadrar nesse episódio, são as teorias liquidas de Baumann, principalmente quando se trata da ansiosidade pelo término das relações, bjs

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    • 3 Fevereiro, 2018 at 13:40
      Permalink

      Obrigado pelo comentário, Mércia! Eu também fico impressionado com como Nietzsche encaixa em tudo. =)

      Reply
  • 21 Fevereiro, 2018 at 14:46
    Permalink

    Eu acho que esse conceito seria incrível, algo que eu gosto da série é que eles sempre têm uma ótima mensagem. Adorei ver no episódio a Georgina Campbell, é uma atriz preciosa que geralmente triunfa nos seus filmes. Recém a vi em Rei Arthur a Lenda da Espada, é um dos melhores lançamentos de filmes 2017, inclusive a passarão em TV, sendo sincera eu acho que a sua atuação é extraordinário, em minha opinião é a atriz mais completa da sua geração, mas infelizmente não é reconhecida como se deve.

    Reply
    • 22 Fevereiro, 2018 at 20:23
      Permalink

      A Georgina Campbell foi super bem mesmo, como todas as outras atrizes que protagonizaram os episódios dessa temporada! =)

      Reply
  • 30 Março, 2018 at 1:46
    Permalink

    Sua resenha é tão impressionate quanto a série. Terminei de ler querendo saber mais sobre Nietzsche.Tanto que neste momento estou vendo uma aula no YouTube sobre, o professor se chama Clovis de Barros. Grande abraço!

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  • 2 Setembro, 2018 at 4:11
    Permalink

    Cara, achei fantástico sua resenha crítica, parabéns! Me ajudou a perceber muitas coisas que n tinha visto.

    Reply
  • 15 Fevereiro, 2019 at 3:24
    Permalink

    Tive quase as mesmas linhas de raciocínio pra chegar às conclusões que talvez fosse a proposta do episódio, tu me acrescentastes muito em questões analítica. Muito obrigado e parabéns pela excelentíssima análise.

    Reply
  • 17 Julho, 2019 at 17:29
    Permalink

    Nossa, eu amei o episódio e amei essa análise. Como disseram, muito rica em psicologia e filosofia. Parabéns.

    Reply
  • 26 Setembro, 2019 at 15:42
    Permalink

    Nossa Marcos, muito rica sua analise e super detalhista, parabéns escreve muito bem!
    Sou de Macapá estado Amapá e estudante de jornalismo da Universidade Federal do meu estado, estou desenvolvendo um projeto de pesquisa sobre esse episodio em questão. Sua analise me ajudou bastante!

    Reply

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