13 Reasons Why | A cultura do estupro na 2ª temporada

Este texto contém spoilers do último episódio da segunda temporada de 13 Reasons Why. Prossiga com cuidado.

O retorno de 13 Reasons Why no Netflix mostrou que a série conseguiu se manter polêmica. A segunda temporada é ambientada durante o julgamento da escola Liberty High, que Hannah Baker (Katherine Langford) frequentava. Olivia Baker (Kate Walsh), mãe de Hannah, decidiu processar o colégio por negligência, uma vez que seus responsáveis sabiam do estupro e do bullying que a jovem sofria e nada fizeram, o que teria contribuído para o seu suicídio.

Da mesma maneira que o recurso narrativo da primeira temporada foram as fitas cassetes deixadas por Hannah, nesta segunda temporada os criadores da série mantiveram o saudosismo analógico sob a forma das polaroids encontradas por Clay Jensen (Dylan Minnette). Elas servem como pistas de que Hannah e Jessica (Alisha Boe) não foram as únicas vítimas da cultura do estupro perpetrada no colégio. As polaroids aproximam ainda mais a obra do premiado jogo Life Is Strange, que também trata de temas pesados na vida dos adolescentes.

Junto com a cena de suicídio (e talvez um pouco ofuscada por ela), as cenas explícitas dos estupros de Hannah e Jessica por Bryce Walker (Justin Prentice) foram as mais polêmicas da primeira temporada de 13 Reasons Why.

Por mais urgente que este tema seja, era realmente necessário que as cenas fossem tão gráficas e ricas em detalhes? Até que ponto elas ajudam as sobreviventes de agressões sexuais? Assim como o risco da cena do suicídio gerar um efeito “cascata”, poderiam as cenas de estupro influenciar estupradores a cometerem o mesmo ato?

 

O estupro e a construção da “mulher forte” sobrevivente

Jessica em 13 Reasons Why

 

Muito mais do que desejo sexual, o estupro é um ato de dominação e humilhação do opressor em face do oprimido. Ele é ocasionalmente utilizado como recurso narrativo de diversas histórias, seja em filmes como Kill Bill e Terra Selvagem ou em séries como Alias Grace. Muitas vezes é o trauma que ajuda a criar a personagem da “mulher forte”.

No entanto, é importante ressaltar que uma mulher não precisa ser estuprada para ser forte, e ninguém deveria precisar viver esse trauma.

O fato de casos de estupro infelizmente serem uma realidade justifica a grande quantidade de narrativas que o retratam, mas ele não deve jamais ser banalizado. No caso de 13 Reasons Why, este ato de violência é essencial para os arcos dos personagens e compreensão de seus traumas, além de ser o tema central da segunda temporada.

Entretanto, devemos questionar até que ponto as cenas do estupro de Hannah e Jessica (assim como qualquer outra cena de estupro explícita) ajudam as vítimas a superarem seus traumas ou se contribuem a revivê-los.

 

O estupro de homens

Tyler após ser estuprado em 13 Reasons Why

 

Tão polêmica quanto o suicídio de Hannah foi a cena do estupro de Tyler Down (Devin Druid) no último episódio da segunda temporada de 13 Reasons Why. Tentando impressionar Bryce e se vingar de Tyler, Monty de la Cruz (Timothy Granaderos) e outros atletas encurralam Tyler em um dos banheiros e o estupram com um cabo de vassoura.

O estupro de homens é um assunto ainda mais velado e menos divulgado que o de mulheres. A nossa sociedade contribui para o estereótipo de que o sofrimento do homem representa perda em sua masculinidade e virilidade, e dessa forma as vítimas homens sentem ainda mais vergonha em reportar os casos de estupro às autoridades.

Por esta razão, os criadores de 13 Reasons Why decidiram tratar do tema na segunda temporada da série. Após muita pesquisa, o criador Brian Yorkey verificou que o estupro de estudantes do sexo masculino perpetrados por outros garotos cresce nos colégios americanos em níveis epidêmicos.

Mas a cena altamente gráfica causou incômodo, nojo e náuseas em vários telespectadores, que começaram a pedir que a série fosse cancelada. Como resposta, Yorkey argumentou que falar sobre o problema é muito melhor que o silêncio, e questionou por que houve uma polêmica tão grande em uma cena de estupro de um homem, em detrimento a uma maior tolerância do público nas cenas em que duas mulheres foram estupradas na primeira temporada:

“O fato é que, por mais intenso que a cena seja, e por mais fortes que nossas reações sejam a ela, não chega nem perto da dor experimentada por aqueles que de fato passaram por esses traumas. Quando falamos sobre algo ser ‘nojento’ ou ‘difícil de assistir’, geralmente isso significa que estamos associando vergonha a essa experiência. Nós preferíamos não ser confrontados com essa realidade. Preferiríamos que isso ficasse longe de nossa consciência. E é por essa razão que essas agressões não são reportadas. É por isso que as vítimas têm dificuldades de buscar ajuda. Acreditamos que falar sobre isso é sempre melhor que o silêncio. […] O fato de que as pessoas estão achando a cena do estupro de Tyler mais enojante que o que aconteceu com Hannah e Jessica, bem, estou chocado mas não surpreso.”

A repercussão maior da cena de estupro de Tyler em detrimento dos de Hannah e Jessica pode advir do fato de que ela demonstrou com clareza que este ato não é sexual, já que Tyler foi violado por um cabo de vassoura, e não pelo pênis de seu agressor. Isso pode ter acrescentado um tom de violência maior à cena. Mas seja qual for o sexo da vítima ou o meio utilizado para a violação, o estupro sempre será um ato de extrema violência.

 

As diferentes formas de lidar com o trauma

Jessica tem um ataque de pânico em 13 Reasons Why

 

Se o conteúdo explícito das cenas de estupro pode ter sido um erro da série, a representação das diferentes formas como as vítimas lidam com seus traumas foi definitivamente um acerto. Jessica foi aberta com seus pais sobre ter sofrido a agressão sexual, mas não conseguiu encarar a realidade de revelar a identidade de seu agressor. Ela começou a sofrer de estresse pós traumático, e sua amiga Nina Jones (Samantha Logan) a levou para um grupo de apoio de mulheres que sofreram violência sexual.

Nina, por sua vez, acreditava ter superado a agressão sofrida, mas não conseguia compartilhar o trauma com seu namorado, e se afastou dele quando ele ficou inquisitivo sobre algumas de suas reações. Ela acreditava estar se protegendo, mas na verdade ainda tinha dificuldades de encarar o ocorrido.

A reação que provavelmente mais causou choque ao público veio de Chloe (Anne Winters), namorada de Bryce. Quando Jessica lhe mostrou as fotos em que Bryce aparecia a estuprando na frente de seus amigos enquanto ela estava inconsciente, Chloe em um momento de sobriedade decidiu reportá-lo às autoridades e testemunhar contra ele no caso de Olivia Baker.

Porém, durante o testemunho, ao ser questionada pelo advogado de Olivia se ela se lembrava de ter mantido relações sexuais no dia em que a polaroid foi tirada, Chloe voltou atrás e mentiu, informando que se recordava de ter transado com Bryce e encobertando o estupro do namorado.

Por mais que essa cena tenha revoltado o público, isso é uma realidade que precisa ser retratada. Nem todas as mulheres que foram abusadas estarão prontas para imediatamente falar sobre o assunto ou seguir em frente.

Julgar as atitudes das vítimas não as ajudará no processo de encarar a realidade.

 

Time’s Up

Jessica no tribunal contra Bryce em 13 Reasons Why

 

Nossa sociedade é cruel com as mulheres, e a mídia tenta a todo momento demonstrar que o valor de uma mulher está no quanto o corpo dela corresponde aos padrões inalcançáveis presentes em nossa cultura, e no quanto ela consegue chamar a atenção de um homem e fisgá-lo para si.

Chloe, ao lado de Bryce, tinha tudo pelos padrões de nossa sociedade: o namorado mais popular do colégio e todo o status social que vinha com ele. Ao perceber o que perderia com o término de seu namoro, Chloe se sentiu desimportante, sem valor. Com isso, acabou voltando atrás e decidiu proteger Bryce. Protegê-lo para ela era o mesmo que proteger a si própria. E então, ela passa a dizer para si mesma que o estupro nunca ocorreu, que foi um engano e que Bryce a ama muito.

Para evitar que outras mulheres permaneçam em relacionamentos abusivos, é necessário empoderá-las. Nossa sociedade deve ajudar a quebrar a crença de que uma mulher necessita da aprovação do homem para se autoafirmar e de que sua maior realização é estar em um relacionamento. Ao acreditar que possuímos valor por nós mesmas, nos tornamos livres para deixar aqueles que não nos valorizam.

É por essa transformação que passa a personagem Jessica ao longo da segunda temporada. Inicialmente fragilizada pelo trauma do estupro, Jessica finalmente cria forças para confrontar seu agressor no final da temporada. Ao denunciar Bryce por estupro, Jessica se sentiu empoderada ante a seu algoz. Era o fechamento que ela precisava para superar seu trauma.

 

 

A pesada cena em que Jessica confronta Bryce no tribunal é uma homenagem aos movimentos #MeToo e #TimesUp. Nela, diversas personagens ganham voz e prestam seus depoimentos sobre situações em que foram vítimas de assédio sexual e estupro. A cena busca demonstrar que toda mulher já sofreu alguma violência sexual, em maior ou menor grau.

O fato de em 13 Reasons Why Bryce ter tido a pena irrisória de 3 meses de condicional pelo estupro de Jessica pode ter um duplo efeito. No episódio especial com parte do elenco, o criador Brian Yorkey informou que após extensa pesquisa verificou que era comum os juízes serem benevolentes com agressores brancos de classes sociais mais abastadas, e que ele tinha a intenção de que o público ficasse revoltado com o injusto desfecho de Bryce. No entanto, a crítica da série à injustiça social perpetrada pelo sistema judiciário pode acabar desencorajando que novas vítimas denunciem seus agressores, por medo de que eles não serão duramente repreendidos por seus atos.

A conivência com a qual em muitos casos as autoridades tratam crimes de violência sexual contribui para a cultura do estupro presente em nossa sociedade.

 

A Cultura do Estupro

Bryce agarra o bumbum de Hannah em 13 Reasons Why

 

O termo “cultura do estupro” denota um contexto em que a violência sexual e o assédio são normalizados, permitidos e reforçados por comportamentos socialmente aceitos em um determinado grupamento de pessoas.

A objetificação da mulher em nossa sociedade reforça esse conceito, uma vez que ela deixa de ser identificada como um indivíduo detentor de direitos e vontades e se torna um objeto a ser apreciado, que existe para cumprir o único papel de despertar o desejo sexual do homem. Diferente de uma pessoa, um objeto não possui vontade e se pode fazer o que quiser com ele.

Por esta razão, não necessariamente os estupradores são pessoas doentes. São indivíduos alimentados pela cultura do estupro e que consideram a mulher como um objeto de desejo desprovido de vontades próprias, e portanto, passível de dominação.

A mesma discussão pode ser travada em The Handmaid’s Tale, a premiada série do serviço de streaming Hulu. A personagem Serena Joy (Yvonne Strahovski) não é uma pessoa doente. No entanto, ela é conivente com o estupro mensal de sua aia porque na cultura estabelecida na República de Gilead as aias são meros receptáculos, cuja única função é gerar filhos que serão posicionados nas famílias dos Comandantes. Quando alguém deixa de ser visto como um indivíduo, é fácil para que o resto da sociedade o trate desprovido de humanidade.

Afinal, a humanidade é para os humanos.

A noção de que o valor da mulher reside em quanto ela consegue chamar a atenção do homem também contribui para a relativização do estupro. A vítima do crime passa imediatamente a ser julgada ao lado de seu estuprador, como se ela tivesse “pedido” aquele resultado pelas roupas que vestia, por ter bebido demais, porque provocou o agressor de alguma forma (o que remete à ideia da época da Inquisição em que a mulher era bruxa e enfeitiçava o homem) ou porque simplesmente falhou em dizer explicitamente “não”.

 

Jessica bebendo em 13 Reasons Why

 

Na série o comportamento de julgar a vítima foi refletido no orientador do colégio Kevin Porter. Por melhor que fossem suas intenções, ele acabou falhando em ajudar Hannah quando diminuiu o estupro que ela sofreu, fazendo-a questionar se ele sequer existiu porque não disse de forma explícita que ela não queria a relação sexual iniciada por Bryce.

A tolerabilidade do assédio sofrido diariamente pelas mulheres e retratado em 13 Reasons Why também contribui para a cultura do estupro. É o “gostosa” que se grita na rua quando uma mulher passa, ou a inocente “cantada” em uma festa, que culmina em uma tentativa de agarrar “gentilmente” a mulher depois de ela já ter falado “não”. A própria noção de que a recusa da mulher faz parte de um jogo de sedução e que o homem deveria insistir é resultado da cultura do estupro.

É possível que até o mais bem intencionado dos homens tenha cometido algum tipo de assédio, pois somos bombardeados a todo momento pela mídia com obras e propagandas que objetificam o sexo feminino, tornando-o exclusivamente instrumento de desejo dos homens, e portanto, inferior a eles. É o modo de agir que o homem aprende desde pequeno.

Por ser um ato de dominação, homens também podem ser vítimas de estupro cometido por outros homens héteros, como forma de humilhação. Essa realidade, retratada na série pelo estupro de Tyler e discutida no tópico acima, é o maior exemplo de como a cultura do estupro e o machismo afetam também os homens.

 

O machismo e seu impacto nos homens

Atletas em 13 Reasons Why

 

Essa realidade foi retratada no excelente documentário The Mask We Live In. Ele demonstra como as noções do que é ser homem em nossa sociedade causam mal aos próprios homens, que crescem com dificuldades de lidarem com os próprios sentimentos, o que pode culminar em comportamentos autodestrutivos, frustração e depressão.

A ideia de que homem não chora, e que tal garoto joga “que nem uma menininha” é prejudicial tanto às mulheres quanto aos homens, na medida em que reforça que o sexo feminino é frágil e fraco ao mesmo tempo em que cria o mito de que é saudável um homem não demonstrar seus sentimentos.

Nos Estados Unidos, a figura do treinador dos times de esportes escolares e universitários acaba contribuindo para a disseminação do machismo e a cultura do estupro. A noção de que as mulheres são inferiores aos homens é muito difundida nos esportes, e isso é visto com clareza nas escolas norte-americanas em que o sonho dos garotos é integrar os times de futebol americano e baseball, e das mulheres é fazer parte do grupo das líderes de torcida, cuja maior função é torcer para que o time formado por homens vença o campeonato.

Mais um exemplo de protagonismo masculino, e da mulher com a função secundária de apoiar e torcer pelo sucesso do homem.

Nesse contexto, o treinador é o objeto de inspiração e admiração dos jovens atletas. Só que ele mesmo foi vítima das noções distorcidas sobre o que é ser homem em nossa sociedade, o que contribuiu para que perpetuasse a cultura do estupro. Assim, em vez de educar os jovens sobre como tratar as mulheres e igualdade de gênero, ele pode servir como exemplo negativo na vida dos garotos.

 

Treinador Rick em 13 Reasons Why

 

Em 13 Reasons Why, este tema é tratado no núcleo do treinador Rick (Ben Lawson), que sabe do comportamento machista dos atletas e age de forma conivente com eles, ao disponibilizar o espaço sede do clube secreto que organizava as festas em que garotas eram estupradas. Ao dizer que não queria saber o que os atletas faziam no espaço, Rick admitiu que tinha uma noção do que acontecia e foi permissivo com a ideia. Além disso, ele tentou proteger Bryce ao pedir que Kevin Porter não interferisse com o atleta, mesmo sabendo que ele era um estuprador.

Reforçar o conceito de que há na escola um grupo de garotos que são intocáveis é prejudicial não só às mulheres e aos demais meninos que não fazem parte desse grupo, como também a eles próprios, que crescem sem limites e sem noção da realidade. Isso pode resultar em consequências tão graves como o estupro de Tyler por Monty de la Cruz e os demais amigos de Bryce em 13 Reasons Why.

Mas não são somente os garotos que praticam bullying que perpetuam a cultura do estupro. Até mesmo os meninos “bonzinhos” podem tomar alguma atitude machista, ainda que sem querer.

 

Justin conversa com Clay em 13 Reasons Why

 

Em um dos melhores diálogos da segunda temporada, Clay confessa a Justin Foley (Brandon Flynn) que não sabia mais quem era a Hannah, após ter descoberto pelos depoimentos que ela beijou Courtney (Michele Selene Ang), Jessica, Alex, e o próprio Justin, além de ter perdido sua virgindade com Zach Dempsey (Ross Bluter). O amigo então chama Clay de hipócrita, pois o próprio Justin já se envolveu com muitas mulheres, e nunca teve sua reputação manchada por causa disso ou sua integridade questionada.

Diante da profusão de temas que correspondem à realidade da vida dos adolescentes, é inegável que 13 Reasons Why é uma série que tem os jovens adultos como público alvo. Se a primeira temporada teve como núcleo o suicídio de Hannah e a segunda trouxe com mais força a questão do estupro e da violência sexual, resta saber qual será a próxima trama retratada em uma possível terceira temporada. Ao conversar com o Al Arabiya, o criador da série Brian Yorkey deixou em aberto a possibilidade de continuar a história de Clay e seus amigos.

Em entrevista ao The Hollywood Reporter, a atriz Katherine Langford indicou que esta temporada provavelmente trouxe o capítulo final para a história de Hannah Baker, de modo que ela não apareceria novamente. Isso permitiria que a história encontrasse um novo protagonista. Considerando o desfecho do último episódio com o quase massacre no colégio, é possível que a nova temporada trate da violência e do porte de armas.

Uma coisa é certa: 13 Reasons Why encontrará uma maneira de continuar polêmica.

 

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Boo Mesquita

Geek de carteirinha e cinéfila, ama assistir a filmes e séries, ir a shows, ler livros e jogar, sejam games no ps4 ou boards. Quando não está escrevendo, pode ser vista fazendo pole dance, comendo fora ou brincando com cachorrinhos. Me siga no Instagram!

3 thoughts on “13 Reasons Why | A cultura do estupro na 2ª temporada

  • 10 Junho, 2018 at 3:00
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    Uma bosta.
    Como que os homens que sofrem estrupro vão conseguir contar para alguém o que estão passando se não acreditam que justiça pode ser feita?
    E mesmo com as mulheres que passam por isso.

    A série seria melhor se mostrassem que as pessoas que sofrem tal abuso não estão sozinhas e que os culpados podem sim, sofrer as consequências.

    A única coisa que vi foi violência violência e mais violência.
    Ninguém se deu ao trabalho de mostrar soluções adequadas.

    Deveriam ter finalizado a série com a prisão ou sei lá, qualquer coisa do tipo com o cara que estruprou o Tyler.
    Coitado já não basta ter sofrido assédio, ser acusado sozinho por algo que cometeu com o outro carinha lá, se sentir só por perder a guria que gostava, aí ainda fodem o cara. Porra….

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    • 21 Junho, 2018 at 22:22
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      Acredito que não é válido vc tentar encorajar as vítimas a denunciarem, usando de uma ficção, uma mentira de que o culpado será certamente penalizado, sendo que na realidade, isso pode não acontecer, e inclusive, não acontece na maioria das vezes! Devem-se encorajar as vítimas, maximizando a importância de se não deixar quieto, de mostrar mesmo o que acontece, tentando confrontar essa cultura do estupro e contribuindo para que muitos não passem por isso.

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  • 26 Junho, 2018 at 2:49
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    A sensação de estar só é de ser exposto a qualquer tipo de violência, podiam tê-lo matado. Um estupro no qual o agressor usa o pênis nunca chocaria tanto. Há muito mais risco de morte que no caso de um estupro normal. Ambos são terríveis e traumatizantes, mas fico pensando nos ferimentos que aquilo poderia causar e se realmente alguém sobreviveria a algo do tipo é ainda que sobrevivesse sua alma estaria destruída e realmente o desejo de fazer justiça com as próprias mãos. Não consigo imaginar como alguém poderia conviver com isso. Um crime desse porte não pode passar sem punição, ainda que seja humilhante, embaraçoso e terrivelmente doloroso, não pode ficar impunidade. Fico pensando será que se fosse em uma escola real ninguém veria o menino ensanguentado e sem forças para levantar. Como ele conseguiu sair de lá sozinho. Como se curou. Aquilo poderia infeccionar e levá-lo a morte. Os pais não aparecem, ninguém vê. Em isso ajuda alguém?

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