A Forma da Água | Monstros, deuses e nossa voz no mundo
Em A Forma da Água, Guillermo del Toro nos emociona com a mistura de um conto de fadas e um filme sobre monstros, mostrando que estes não se limitam a criaturas fora da nossa realidade, mas também podem ser humanos como nós.
O filme segue uma estrutura bastante conhecida do público, na fórmula clássica do improvável romance entre amantes de mundos opostos que prenuncia uma tragédia. Uma narrativa bastante shakespeariana, como Romeu e Julieta. Neste conflito, Del Toro traz todos os elementos clássicos, como o perigoso vilão que se dedica a impedir o amor (que desenvolve em nós um ódio mortal) e os aliados inesperados, que geralmente passam por uma redenção pessoal e passam a apoiar a causa.
A Forma da Água não nos faz questionar as nuâncias éticas deste possível amor interracial, mas nos deixa claro quem são o bem e o mal na narrativa, e apenas nos faz torcer para que tudo dê certo.
O conto da história de amor entre uma mulher e uma criatura mitológica é antigo e pode ser encontrado em muitas culturas, como o próprio Del Toro admitiu em entrevistas: “Seja Zeus assumindo uma forma animal para seduzir uma mulher ou um Deus que muda de forma na mitologia asiática, toda cultura tem essa mesma história“.
Em nosso folclore, por exemplo, temos a Lenda do Boto Cor-de-Rosa, que aparece em festas juninas transformado em um homem elegante e seduz moças desacompanhadas, levando-as para o fundo do rio. Uma das subversões no conto de Del Toro é que a mulher toma a liderança.
Os clichês não diminuíram a força do filme, pelo contrário, o transformaram instantaneamente em novo clássico. Afinal, não há nada de errado em seguir fórmulas pré-estabelecidas. Todas as grandes histórias da humanidade são contadas e recontadas através das gerações, de forma atualizada e com novas roupagens, adaptadas ao espírito de seu tempo.
É especialmente triste que o espírito de nosso tempo seja o mesmo dos anos 60, onde a história do filme se passa. A época é retratada evidenciando o extremo preconceito e intolerância, mostrados através de questões raciais, homofóbicas e de desigualdade de gêneros.
A direção de Del Toro é realmente o ponto alto do filme, e nenhum detalhe ou cena é desperdiçado. Todos os personagens apresentados conseguem ter profundidade e motivações convincentes, o que é bastante raro. Uma curiosidade é que o diretor escreveu histórias específicas com o background dos personagens principais (algumas chegaram a mais de 40 páginas) e as entregou aos atores.
Não à toa Del Toro foi premiado por sua direção pelo Sindicato dos Diretores de Hollywood (Directors Guild of America) e pelo Globo de Ouro. A Forma da Água também está concorrendo a 13 Oscars, dentre eles Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original e Melhor Atriz.
Uma paixão antiga
A Forma da Água é um filme bastante autoral, e Del Toro brinca que começou a trabalhar nele aos 7 anos de idade, quando assitiu pela primeira vez o filme O Monstro da Lagoa Negra, de 1954. O diretor conta que ficou totalmente fascinado pela criatura aquática do filme e sua paixão pela personagem de Julie Adams. Ele achou toda a história tão romântica e empolgante que presumiu que eles terminariam juntos. Ledo engano. No entanto, Del Toro decidiu naquele momento que “algum dia iria corrigir isso”, como disse em entrevistas.
Desde seu primeiro contato com O Monstro da Lagoa Negra, o pequeno Del Toro ficou fixado com a ideia de desenvolver esta história de amor e fazia desenhos da criatura e sua musa em situações românticas. Quando se tornou diretor, tentou diversas vezes viabilizar seu projeto, um filme do ponto de vista da criatura, em que este amor impossível acontecesse.
Em 2011, Del Toro tomava café da manhã com Daniel Kraus (co-roteirista de sua série Trollhunters), que lhe contou sua ideia de um filme sobre um faxineiro que descobria uma criatura em uma instalação secreta do governo e a levava para sua casa. Del Toro disse “é isso!” e comprou a ideia de DanieL Kraus, começando a trabalhar imediatamente no roteiro do filme.
A criatura de Del Toro não só é bastante semelhante fisicamente à de O Monstro da Lagoa Negra, como tem a mesma origem. No filme de 1954, o ser havia sido encontrado na Floresta Amazônica, enquanto em A Forma da Água, os cientistas dizem ter encontrado o homem anfíbio em um rio na América do Sul, onde os nativos o idolatravam como um deus. O filme de Del Toro se passa em 1960, então parece ser realmente uma tentativa de dar um desfecho diferente à história que o fascinou tanto aos 7 anos de idade.
Sobre monstros, deuses e nossa voz no mundo
Grande diretores geralmente tem uma grande história dentro de si, que aparece de forma recorrente em suas obras, ainda que com diferentes roupagens. A narrativa recorrente de Del Toro não parece ser só sobre monstros fantásticos, mas sobre seres deslocados (que podem ser monstros ou mesmo humanos) que se sentem isolados do mundo, incapazes de ter sua voz ouvida. A personagem de Sally Hawkins, a faxineira muda Elisa Esposito, traz essa questão de forma literal.
Já na primeira cena do filme, somos provocados com a voz de Giles, personagem interpretado por Richard Jenkins. Em sua narração, nos conta que aquela será “uma história de amor e perda”. “E do monstro que tentou destruir tudo”.
Fica claro para o espectador que o vilão daquela história não será a criatura, interpretada por Doug Jones. Jones é um velho conhecido de Del Toro, e também trouxe à vida o Fauno de O Labirinto de Fauno e Abe Sapien, em Hellboy.
Em A Forma da Água, o verdadeiro vilão é Richard Strickland (Michael Shannon), o oficial responsável por toda a operação que envolve a criatura anfíbia. Seu estilo arrogante e agressivo traz a figura do poderoso homem branco que não admite falhar e espera conseguir tudo o que deseja.
Strickland é aparentemente um “homem de bem”. O herói americano veterano de guerra, pai de família e cristão. Sua situação de privilégio é tão arraigada que se considera a própria imagem e semelhança de Deus. Em um dos melhores diálogos do filme, Strickland conversa com Elisa e sua companheira de trabalho Zelda (Octavia Spencer), contando a história de como os nativos do local onde a criatura foi encontrada a tratavam como um deus. O oficial debocha dos nativos, mostrando o absurdo naquilo tudo, já que eles sim teriam sido criados à semelhança de Deus, e não uma criatura como aquela. Ao falar isso, faz um comentário bastante infeliz se dirigindo a Zelda, uma mulher negra, de que Deus provavelmente seria mais próximo dele próprio do que dela. Não fica claro se Strickland disse isso por Zelda ser mulher ou por ser negra, mas por sua postura, provavelmente pelos dois.
Elisa e Zelda, neste contexto, praticamente não têm voz e só conversam entre si quando estão sozinhas ou no vestiário. Em A Forma da Água, fica explícito que existe uma régua hierárquica, onde temos homens poderosos como o General Hoyt em um extremo, passando por Strickland (que executa os seus planos) e os cientistas, para só então chegar aos funcionários como as faxineiras e os cozinheiros. Esta é a argumentação de Strickland, de que homens brancos possuiriam a posição mais próxima de Deus e mulheres e negros ficariam em uma “casta” inferior, já que não foram criados tão à semelhança de Deus assim.
Esta falta de espaço de voz para as camadas mais baixas é retratada de forma literal na mudez de Elisa. É muito expressivo o fato de que as únicas pessoas que se dispõem a aprender a língua dos sinais para se comunicar com Elisa sejam seu solitário amigo gay e sua colega de trabalho negra. São eles os responsáveis por trazer a voz de Elisa para o mundo, justamente as pessoas que conhecem na pele a dificuldade de não ter sua voz ouvida.
E a criatura? Está no final desta régua, no eixo mais distante de Deus, onde já não resta mais um pingo de empatia. Apesar dos demais personagens serem tratados de forma inferior e com preconceitos, é ela que sofre com o último estágio da agressividade dos poderosos homens brancos: a violência nua e crua.
É irônico, no entanto, o fato de que ao longo do filme vamos conhecendo os poderes mágicos da criatura, que regenera a ferida de Giles e faz seu cabelo voltar a crescer. Isso nos faz refletir sobre o status de divindidade que os nativos da América do Sul atribuiam à critura, o que culmina no final do filme, quando a criatura se regenera dos tiros de Strickland. Em uma cena bastante emblemática, o homem se vê obrigado a admitir sua ignorância e revisar seus conceitos. No final das contas, “Deus” não teria nada a ver com o homem, e tampouco com as figuras que ele considerava inferior, como as mulheres, negros e koreanos etc., mas sim com uma criatura de outra raça e de aparência repugnante.
Soltando uma última frase, Strickland demonstra sua surpresa: “então você realmente é um deus”.
Qual é a forma da água?
As diferentes formas da água estão presentes na rotina diária de Elisa. Na fervura dos ovos, na banheira que enche todos os dias para tomar banho e se dar prazer, nas gotas de chuva que poeticamente lambem a janela do ônibus e no balde de limpeza que é seu instrumento de trabalho. O poema recitado no final do filme, que segundo Del Toro foi tirado de um livro de poesia islâmica, reforça a mensagem:
“Impossibilitado de perceber Sua forma, encontro você à minha volta. Sua presença me enche os olhos com Seu amor, acalma meu coração, porque Você está em todos os lugares.”
Essa onipresença da água também é mostrada na sequência de abertura do filme, quando vemos Elisa dormindo tranquila em uma sequência em que sua casa está totalmente submersa. É uma simbologia do amor de Elisa pela criatura, que transborda e enche tudo à sua volta.
A metáfora nos lembra “Seja água“, o conhecido discurso de Bruce Lee:
“Esvazie sua mente de modelos, formas, seja amorfo como a água. Você coloca a água em um copo, ela se torna o copo. Você coloca a água em uma garrafa, ela se torna a garrafa. Você coloca ela em uma chaleira, ela se torna a chaleira. A água pode fluir, a água pode destruir. Seja água meu amigo.”
Em A Forma da Água, o amor também é fluido. Ele se adapta e assume a forma necessária, mesmo que seja entre uma mulher e um ser de um mundo totalmente diferente. Conforme o filme avança e chegamos ao terceiro ato, vemos o amor preenchendo a vida de Elisa. Zelda nota seus sorrisos e começamos a ver peças vermelhas quebrando a monotonia de seu guarda-roupa.
Mas se o amor preenche e fortalece a vida de Elisa e das pessoas à sua volta, como no caso da ferida de Giles que regenera e de seu cabelo que volta a crescer, Strickland tem sua vida preenchida pelo ódio, que o deteriora. Seus dedos que aprodecem gradativamente retratam este simbolismo.
É a restauração versus a putrefação.
Teorias sobre o final de A Forma da Água
O final de A Forma da Água é ambíguo e fica aberto à interpretação do espectador. É como se Del Toro testasse a nossa capacidade de acreditar em contos de fadas.
De forma resumida, a cena final mostra o último confronto entre Strickland e a criatura, que se dá às margens do canal onde Elisa planeja libertá-la. Em um desfecho trágico, Strickland atira nos dois e enquanto Elisa aparentemente está morta, a criatura se regenera e corta a garganta do vilão. A criatura então leva o corpo de Elisa para água e o que acontece a partir deste momento fica aberto a interpretações.
O desfecho nos é mostrado sob a narração de Giles, que conta com a criatura curou Elisa, a trazendo de volta à vida. Suas cicatrizes no pescoço são transformadas em guelras para que os dois possam viver felizes para sempre em baixo da água.
Neste ponto duas opções são apresentadas ao espectador: acreditar que Elisa realmente desenvolveu guelras e passou a ser capaz de viver na água ou interpretar que esta foi apenas uma romantização dos fatos, uma criação de Giles. Afinal temos evidências ao longo do filme de que o amigo de Elisa é um romântico inveterado, fãs de histórias de amor e musicais.
A possibilidade de Elisa realmente ter desenvolvido guelras não deixa a história menos poética. Um ser deslocado do mundo real, sem voz, e marginalizado da sociedade pôde finalmente ter uma chance de viver uma nova vida com seu grande amor. E as cicatrizes, que simbolizam sua imperfeição, seriam exatamente o que possibilitaria seu renascimento para este novo mundo.
Outro ponto interessante seria considerar o passado de Elisa, que é mais misterioso que o da própria criatura. A única informação que temos é revelada por Zelda, que diz que Elisa foi encontrada em um rio quando criança e tratada como uma orfã. Strickland acaba presumindo que as cicatrizes em seu pescoço foram fruto de um acidente que a teria deixado muda.
Será possível que Elisa tenha sido desde sempre uma criatura aquática e ao ser adotada para viver entre humanos suas guelras fecharam, deixando as cicatrizes?
Dentro desta lógica, a criatura não teria transformado a personagem, mas apenas colocado Elisa em contato novamente com sua forma original.
No entanto, é improvável que esta tenha sido a intenção de Del Toro, considerando que o Diretor deixou claro desde o início que sua inspiração para o filme foi O Monstro da Lagoa Negra e a possível história de amor entre um monstro aquático e uma mulher humana.
Torna-se mais provável então a interpretação de que o final apresentado tenha sido a imaginação de Giles do que aconteceu. Afinal, todo o filme é contado sob o seu ponto de vista, com sua voz abrindo e e fechando a narrativa. É como se Guiles estivesse relembrando a história ou a contando para alguém especial.
Nesta hipótese, a criatura teria levado o corpo de Elisa para água, mas ela nunca teria voltado a vida. Apesar da criatura conseguir regenerar a si e aos outros, talvez ressucitar alguém esteja além de suas capacidades.
Isto não impede que Giles, por sua natureza romântica e amor por Elisa, crie sua própria versão dos fatos, em que os dois vivem felizes para sempre.
Como falamos anteriormente, a obra de arte só se torna completa com a participação do espectador, e o sentido que este lhe confere. Independente de qual final você resolva adotar para o seu A Forma da Água, o filme não irá perder seu poder ou sua beleza singular.
Del Toro conseguiu nos emocionar novamente com seus monstros e criaturas desajustadas.
Bônus: Assista ao nosso vídeo: Forma da Água é clichê?
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Belo texto, um filme passado há tantos anos e com temas ainda atuais e polêmicos.
Não vi A Forma da Água ainda.Mas estou bem empolgada e torcendo que ganhe na premiação do Oscar!!! Não sei porque, mas lembrei me do filme Avatar do qual gostei muito!
=)
Achei lindo o filme! Mas algo me incomodou muito: se a criatura foi encontrada em um rio na América do Sul, onde era venerada pelos índios, como se explica a necessidsfe de tanto sal na água? As águas dos rios não são salgadas. Alguém explica, por favor?
Boa pergunta! rs
Tem um lago chamado laguna cejar no chile Localizada no Atacama, a lagoa, que é literalmente um oásis que possui uma concentração de sal superior à do verdadeiro Mar Morto e sete vezes maior que a dos oceanos….ele pode ter dito rio e se tratar de uma lagoa…ou mesmo o pantanal e formado por baias salinas que na altura de mais chuvas formam pequenos rios…..
Muito bom texto. Falou sobre tudo. Em relação as teorias, Também penso do mesmo jeito. Valeu!
muito bom seu texto !
Obrigado pelo comentário, Leila! =)
Seu texto é muito bom parabéns.
Particularmente, o enredo do filme não me agradou.
Mas todo o restante sim. Ques fotografias mais lindas.
Fotografia linda, com filtros azulados/esverdeados passando a ideia lodosa da água. Sensacional. =)
Excelente texto, traduziu perfeitamente as ideias e prováveis desfechos à serem interpretados para o final do filme.
Olá, Marcos.
Que texto sensacional!
Suas analogias e reflexões, intercaladas com umas sacadas incríveis, fazem dele leitura obrigatória para todos que assistirem ao filme.
Obrigada por compartilha-lo conosco!
Oi Monica, obrigado pelo seu comentário! * _ *
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Bjs!
Um trecho do filme, dizem que Elisa foi encontrada na beira de um rio.
Não é mencionada origem das cicatrizes, na hora pensei:
– Se o homem viver no espaço, seu corpo vai se adaptar para o novo ambiente.
A criatura sobrevive fora da água, pq não elisa veio da água, se adaptou na terra
e agora voltou pra água.
Explicaria pq não fala, tem empatia com a criatura.
Cada um interpreta de uma forma, estou nessa …
Jean tbm tô totalmente nessa! N qro acreditar em nenhum outro fim q n seja esse. Mas eu vi a criatura sofrer depois de ficar muito tempo fora da água, além disso a Elisa só tem cicatrizes de um lado do pescoço, se fossem guelras q se fecharam deviam estar dos dois lados. Gosto de acreditar que sob a água a criatura era realmente como um Deus e tinha poder suficiente para mudar a forma de Elisa.
Já conhecia o livro, eu li faz muito tempo e é um dos meus preferidos. Michael Shannon fez um ótimo trabalho no filme. Eu vi que seu próximo projeto, Fahrenheit 451 será lançado em breve. Acho que será ótimo! Adoro ler livros, cada um é diferente na narrativa e nos personagens, é bom que cada vez mais diretores e atores se aventurem a realizar filmes baseados em livros. Acho que Fahrenheit 451 sera excelente! Se tornou em uma das minhas histórias preferidas desde que li o livro, quando soube que seria adaptado a um filme, fiquei na dúvida se eu a desfrutaria tanto como na versão impressa. Acabo de ver o trailer da adaptação do livro, na verdade parece muito boa, li o livro faz um tempo, mas acho que terei que ler novamente, para não perder nenhum detalhe.
Vim aqui procurar informações sobre as guelras da Elisa pq achei que a explicação dela ser uma criatura marinha e se adaptou a vida terrestre era a mais plausivel pra mim, ja pro meu marido não, ele achou que eram só cicatrizes realmente….nos fim das contas nenhum de nós ou os dois estavamos certos kkkkkk filme maravilhoso.
Adorei seu texto, muito esclarecedor.
Esse filme e maravilhoso, vi alguns críticos de garafem no youtube falando asneira por causa do Oscar, o filme é de F-I-C-Ç-Ã-O, é pra mente voar, e o melhor, ele tem um toque de realidade genial, como nas cenas em que eles se encontram e na fuga, ninguém voou pela janela, e ainda quase foram pegos! Eu estou apaixonada 🖤 Parabéns pelo post.
Esse filme é maravilhoso, vi alguns críticos de garagem no youtube falando asneira por causa do Oscar, o filme é de F-I-C-Ç-Ã-O, é pra mente voar, e o melhor, ele tem um toque de realidade genial, como nas cenas em que eles se encontram e na fuga, ninguém voou pela janela, nem ficou invisível, e ainda quase foram pegos! Eu estou apaixonada 🖤 Parabéns pelo post
Assisti o filme e interpretei de forma diferente.
Eu acredito que o começo do filme representa séculos depois.
Aquela chuva do final do filme foi o início do fim do mundo.
A Terra foi submersa.
A Elisa se tornou um ser aquático.