Midsommar | Entenda os símbolos e o que aconteceu no final! [Explicação]

Após a grandiosa estreia de Ari Aster na direção de longas com Hereditário, todos estavam curiosos sobre a capacidade do cineasta repetir a empreitada com Midsommar – O Mal Não Espera a Noite. Se as opiniões sobre o filme ficaram divididas, há uma verdade incontestável: Aster sabe mesmo surpreender.

A ideia do longa surgiu quando Aster foi abordado pelos produtores suecos Martin Karlqvist e Patrik Andersson para criar um roteiro de um filme de terror inspirado no gênero folk horror. Este tipo de terror tem como trama central protagonistas que se isolam na natureza, e dá destaque a rituais pagãos.

De acordo com o diretor, o rumo do roteiro foi alterado drasticamente quando Aster passou por um tumultuado término de namoro.

Midsommar possui uma premissa bastante clichê. Após passar por um grande trauma, Dani (Florence Pugh) está em uma crise no relacionamento com Christian (Jack Reynor), seu namorado de longa data. Como forma de distração, Dani embarca em uma viagem que Christian havia programado com seus amigos para Harga, pequeno vilarejo no interior da Suécia.

 

Dani, Pelle e Christian chegam à vila de Midsommar

 

O objetivo do grupo era participar da celebração do solstício de verão intitulada Midsommar e estudar os costumes locais. Mas as coisas não saem conforme o planejado à medida em que os rituais de Midsommar ficam cada vez mais grotescos, desafiando a vida de seus participantes.

O longa tinha tudo para ser mais um filme sobre a estupidez de jovens que não fogem ao primeiro sinal de perigo. Mas a especialidade de Ari Aster é transformar o óbvio em algo inesperado.

Por mais previsível que pareça, em Midsommar o público é surpreendido constantemente com situações inimagináveis até mesmo pelas mentes mais perturbadas. O filme é propositalmente indigesto, convidando o espectador a ruminá-lo por horas na tentativa de compreender sua semiótica.

Em uma primeira camada, é um filme sobre lutos, traumas e emancipação (como o cineasta já havia abordado em Hereditário). Mas assim como seu 1º filme, Midsommar possui diversos símbolos que tornam a experiência do longa mais enriquecedora.

A seguir, abordaremos os principais signos presentes em Midsommar. Mas se você quiser uma crítica SEM spoilers do longa, assista à nossa resenha no Youtube:

 

 

Atenção! Os próximos tópicos desta análise contêm spoilers de Midsommar – O Mal Não Espera a Noite! Prossiga com cuidado!

 

Foreshadowing em Midsommar

mural de abertura de Midsommar

 

O foreshadowing consiste em um popular recurso narrativo no qual o autor antecipa determinado desfecho ao público, dando pistas do que está por vir. Este artifício nunca foi utilizado de forma tão prematura quanto em Midsommar.

Logo no início nos é apresentada a ideia de que o filme de Ari Aster é um grotesco conto de fadas.

O mural de introdução do longa é visivelmente inspirado em contos dos irmãos Grimm e dá diversos spoilers sobre o rumo da trama.

Na 1ª gravura, durante o duro inverno americano Dani cai no abismo junto com sua irmã e seus pais. Ao lado deles, uma caveira simbolizando a morte segura um tubo (que se assemelha a artérias) que entrelaça todos eles. Não por acaso, a causa do homicídio dos pais de Dani e suicídio de sua irmã foi intoxicação por gás propositalmente conduzido por um cano.

Na figura seguinte, Pelle (Vilhelm Blomgren) está no topo da árvore escrevendo enquanto observa o sofrimento de Dani e a falta de traquejo de Christian para consolar a namorada.

 

Dani tenta ser consolada por Christian em Midsommar

 

Em sequência, Pelle conduz Mark (Will Poulter), Josh (William Jackson Harper), Christian e Dani para Harga. Enquanto Mark é caracterizado como o bobo da corte, Josh carrega um livro, sendo identificado como um estudioso.

A próxima gravura mostra os convidados de Pelle assistindo ao ritual dos habitantes do vilarejo enquanto ocorre o 1º sacrifício. Dois anjos são vistos no canto superior direito caindo de um abismo, com o trono vazio da Rainha de Maio ao lado. Um urso caça na parte inferior do quadro.

Por fim, a última figura mostra o ritual final responsável pela escolha da Rainha de Maio de Midsommar. Dani faz parte do ritual e compete com outras locais. Três esqueletos também fazem parte da dança, enquanto outros dois tocam instrumentos. Tudo é observado por um grande e aterrorizante sol.

Os cinco esqueletos na última figura podem servir como representação dos cinco visitantes mortos pelos habitantes de Harga: Christian, Mark, Josh, Connie (Ellora Torchia) e Simon (Archie Madekwe).

 

Midsommar: Conto de fadas ao revés

Dani é coroada ao final de Midsommar

 

Mas não são apenas as gravuras que dão o tom de conto à obra. A jornada de Dani também se assemelha a de uma protagonista de um conto de fadas às avessas.

Assim como Elsa, Anna, Cinderella e Branca de Neve, Dani também é órfã. E é o luto pela morte de seus pais que a impulsiona em uma jornada em busca de autoconhecimento.

A trajetória de Dani em Midsommar é bastante similar a de Elsa em Frozen – Uma Aventura Congelante. Após perder a família, Dani se fecha e adota uma postura passiva com relação a todos ao seu redor. Ela não quer incomodar Christian, nem ser inconveniente com seu luto.

Na terra distante de sua casa, Dani passa por provações, triunfa e se torna a Rainha de Maio. Ela então consegue se libertar das noções de “boa menina” e “boa namorada” que a impediam de ser sincera consigo mesma e com seus sentimentos. Em Harga, Dani é validada em suas emoções. Lhe é permitido se expressar e sentir sem julgamentos.

Na maior cena de empoderamento de Midsommar, Dani assiste ao fogo consumir toda a construção que abrigava Christian. Ao final, Dani sorri.

A jovem não está feliz pelo sofrimento de seu ex-namorado. O motivo de seu sorriso é a liberdade adquirida como consequência da morte de Christian. Finalmente, Dani não precisa mais esconder quem ela é.

Enquanto assistia a Christian pegar fogo, Dani poderia perfeitamente cantar Let It Go (Livre Estou, em português), tema de Elsa em Frozen.

 

Simbologia de Midsommar

quadro de mulheres fazendo uma ciranda em Midsommar

 

Boa parte dos símbolos ocultos de Midsommar estão nas pinturas presentes no filme. Em Harga as pinturas servem como forma de documentar os rituais que permeiam a comunidade, já que estes acontecem apenas a cada 90 anos.

Além da função documental, dentro do filme as gravuras servem como foreshadow do que está por vir.

 

gravura de um homem prestes a se sacrificar em Midsommar

 

Esta pintura representa o sacrifício dos dois anciões na 1ª cena chocante do longa. Ao centro, enquanto o homem mais velho se sacrifica, flores crescem ao seu redor abençoadas pelo sol. Os demais habitantes participam do ritual que garante prosperidade e fertilidade para os solos pela crença da comunidade.

 

quadro em que duas pessoas fazem sexo no centro observados por duas mulheres em Midsommar

 

Já nesta cena, observamos de forma explícita o ritual de fertilidade do qual Christian fez parte. Na gravura, os dois participantes estão fazendo sexo deitados sob o que parece ser uma plantação.

Este é um paralelo presente no último ato de Midsommar. Enquanto Christian transa com Maja (Isabelle Grill), a coroada Rainha de Maio Dani peregrina com suas amas para abençoar as plantações.

São dois rituais, ambos envolvendo a fertilidade. Um garante a perpetuação da comunidade, e outro sua sobrevivência.

O símbolo localizado em cima do casal foi explicado pelo designer de produção do filme Henrik Svensson. Ele é um padrão visto com frequência nas runas de Hälsinge, comunidade existente entre o século 10 e 12 na Suécia. Pela interpretação de Svensson, o símbolo representaria o ciclo da vida.

 

quadro de um urso queimando em Midsommar

 

A última pintura denota o destino de Christian. O urso é um grande elemento de Midsommar e já havia aparecido no quadro “Poor Little Bear!“, localizado no quarto de Dani nos EUA. Na gravura, feita pelo pintor sueco John Bauer, uma inocente garota caminha pela floresta. Ao se deparar com um urso, beija seu nariz e o chama de “pobre coitado”.

Além dessa aparição do animal, quando os forasteiros chegaram a Harga, se depararam com um urso preso em uma enorme gaiola. Após, este mesmo animal é visto morto na cozinha, tendo seus órgãos removidos.

É em sua carcaça que Christian é costurado e encontra seu fim.

No quadro, o sofrimento do urso contrasta com a abundância de flores ao seu redor. Elas representam a fertilidade e a renovação daquela comunidade.

Svensson explica que a figura do urso é muito utilizada na cultura nórdica: “Como exemplo, o urso é considerado o espírito dos acenstrais, e os guerreiros usavam pele de urso para ficarem mais próximos de Odin”.

Além dos quadros e da simbologia por trás do urso, outro detalhe chama atenção em Midsommar. Durante o banquete das festividades, enquanto todos bebem um líquido levemente amarelado, o líquido existente no copo de Christian era mais rosado que os demais.

Provavelmente, o motivo está em Maja.

 

comunidade de Midsommar com Maja vestida de vermelho ao centro

 

Um dos anciões explicou a Josh que o amuleto colocado embaixo da cama de Christian por Maja fazia parte de um feitiço do amor. É possível então que Maja tenha feito uma poção para que Christian se apaixonasse por ela e que tivesse a colocado na bebida do jovem.

Em meio há tanta riqueza em detalhes, há uma inconsistência no filme. No início de Midsommar, Pelle expõe a Dani que assim como a jovem, ele também era órfão. Seus pais tinham morrido em um incêndio.

Apenas ao final do longa compreendemos que o incêndio que matou os pais de Pelle não foi um acidente. O rapaz ficou órfão na execução da parte final do ritual apresentado em Midsommar.

No entanto, se esse ritual só acontece a cada 90 anos, ao tempo de uma nova temporada ritualística Pelle já deveria ser um ancião.

 

O que aconteceu no final de Midsommar?

Dani e Christian de costas chegando à comunidade de Midsommar

 

Ao final de Midsommar, ocorre uma das cenas mais polêmicas de todo o filme. Após ter bebido o que aparentava ser uma poção do amor, o drogado Christian é levado por Maja ao casarão proibido, para fazer sexo com ela na presença de outras mulheres da vila enquanto Dani abençoa as plantações.

Quando Dani retorna, vê Christian durante o ato sexual com Maja e fica furiosa pela traição. Suas amas começam a consolá-la, mimicando suas emoções da mesma forma que as mulheres nuas imitavam Maja durante o sexo.

Mas será que Christian realmente a traiu?

Apesar de Christian indubitavelmente não ter sido o melhor namorado para Dani, isso não significa que ele tenha cometido traição. Midsommar deixa aberto a interpretações o significado do sexo entre o jovem e Maja. Teria Christian sido estuprado?

 

Christian observa dentro de um casarão em Midsommar

 

Após beber do cálice no banquete, tanto Christian como Dani começaram a delirar e terem dificuldades em discernir o que era realidade do que estava no plano dos sonhos. Tal nuance pode ser vista em uma das flores no topo da coroa de Dani, que passa a pulsar, ganhando vida.

Se Christian foi propositalmente drogado durante as festividades para que praticasse ato sexual com Maja, pode ser que ele tenha sido, em vez de traidor, vítima de estupro.

Durante todo o festival de Harga, os forasteiros foram manipulados pelos locais. A grande maioria encontrou sua morte. Dani se tornou a Rainha de Maio. Christian foi escolhido para fazer sexo com Maja e perpetuar a linhagem de Harga.

Por um golpe de “sorte” (quem diria?), Dani acabou pegando Christian no flagra com Maja. Isso influenciou seus planos de queimá-lo na fogueira o que, por consequência permitiu que a jovem se visse livre dele de uma vez por todas.

Sem mais ninguém prendendo-a ao seu passado, Dani abraçou totalmente sua nova família “acolhedora” de Harga. Afinal, o povoado a compreendia.

 

Dani sofre e é imitada por suas amas em Midsommar

 

Ao mimicar o sofrimento de Dani, suas amas validavam sua dor. Pela primeira vez desde a morte de sua família inteira, Dani se sentia acolhida.

Se antes a órfã precisava chorar em silêncio escondida nos banheiros, em Harga ela tinha apoio de todo o coletivo. Ela não precisava mais carregar o peso de sua dor sozinha.

Na última cena de Midsommar, a coroada Dani assiste junto com o resto do povoado o fogo consumir os humanos dados em sacrifício. Inicialmente, a Rainha de Maio sofre com o ato. Mais uma vez, suas emoções são imitadas pelos demais habitantes.

Mas depois, a fogueira passa a representar a liberdade de Dani. Com a morte de Christian, ela podia dar adeus ao seu passado e ao relacionamento abusivo dos dois.

Devido a essa noção, a jovem passa a sentir prazer com as chamas. Seu estado emocional novamente influencia os demais, e pouco a pouco a multidão é tomada por uma histeria coletiva.

Não se deve confundir a fase maníaca dos espectadores como zombaria pela morte de seus pares. Nos últimos momentos de Midsommar, o fogo passa a ser utilizado como a metáfora do renascimento, e é a noção de liberdade e do começo de um novo ciclo que contagia Harga.

Não havia mais razões para temer. O medo e os anseios de todos morreram com aqueles sacrificados no incêndio.

 

Midsommar é um poderoso conto sobre o término doloroso de um relacionamento abusivo. É uma metáfora sobre incendiar nossas dores, para que nas cinzas nos tornemos livres.

 

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Boo Mesquita

Geek de carteirinha e cinéfila, ama assistir a filmes e séries, ir a shows, ler livros e jogar, sejam games no ps4 ou boards. Quando não está escrevendo, pode ser vista fazendo pole dance, comendo fora ou brincando com cachorrinhos. Me siga no Instagram!

34 thoughts on “Midsommar | Entenda os símbolos e o que aconteceu no final! [Explicação]

  • 16 Outubro, 2019 at 1:19
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    as mulheres são todas iguais

    deixarás uma em busca de outra, crerás na promessa de vida nova, ao lado dela – a única

    mas as mulheres são todas iguais
    cedo ou tarde verás em mim a melancolia da raquel
    a mesma paixão triste pelo inconsútil

    cedo ou tarde entenderás que – como a roberta – não tenho onde pousar as mãos em dias como este domingo

    e que através da luana também canto aos quatro ventos

    “eu, mulher, monstro do meu desejo, cadela cabalística, a carta má dos tarôs da morte (…)”

    (…)

    são iguais as mulheres
    onde encontrarás uma encontrarás todas

    quantas me acompanham
    nesta cidade em ruínas onde sigo só? à janela de uma das poucas casas que sobraram
    me observas – sentada de lado, no largo parapeito; penso em nydia
    em ana
    em samantha – penso que estou vestida de preto, ouvindo os sinos ao longe
    à espera de um deus
    ou de uma menina morta para beijar as mãos

    eu, que só acredito no que dizem quando o que dizem traz algo das lendas do animal nascido
    da sombra
    de um jarro intocado

    onde amares uma mulher terás de amar todas

    uma, se odiares – odiarás uma legião

    somos em certo sentido como a ave; suspensas no ar, num só corpo: “frágil e forte – o mundo inteiro / depende / do pulsar cardíaco / do pássaro”

    à voz da adriane

    pesquisas mostram que os ciclos de sangue de mulheres que moram juntas tornam-se sincrônicos
    o que não mostram pesquisas – que sincrônicos passam a ser também nossos sonhos

    em sonho, a pronúncia do meu nome é mais vaga, um balbucio

    bem poderias confundi-lo com
    o da maiara
    marieli, marceli – no escuro, antes que se rompa o fio de prata

    não te deste conta
    porque o diabo mora nos detalhes: às nossas costas vingam as mesmas pintas

    amanda, farrah

    as mesmas linhas marcam nas omoplatas os domínios de uma espécie de constelação

    pensemos em ted hughes, por exemplo:

    depois de se separar de sylvia plath, ele se casou com assia wevil

    sylvia se suicidou com gás de cozinha
    assia fez o mesmo alguns anos mais tarde

    o mesmo ato
    o mesmo gás
    o mesmo homem

    as mulheres são todas iguais

    que eu não tenha decepado a tua cabeça, servindo-a na bandeja, como salomé: é questão de acaso

    que eu não tenha te envenenado com a cantarella, como lucrécia borgia: é questão de acaso

    que não me tenhas chamado de beatriz
    que não tenhas morrido e renascido mil vezes no meu gozo

    (…)

    à noite te deitarás com ela
    e nela serão todas

    e qualquer uma

    os mesmos casos perdidos
    as mesmas mulheres sentadas no meio-fio da esquina onde a menina de isabela faz ponto

    as mesmas freiras da ordem do carmelo
    as mesmas tipas fazendo aborto
    clandestinamente

    as mesmas velhas à espera de não se sabe o que, olhando pela janela

    porque numa somos todas
    repetíveis, labirínticas
    espelhos

    espectros umas das outras

    de madrugada ela te seduzirá com beijos e cheiros
    e quando descobrires que é a mesma mulher de sempre

    o mesmo antigo demônio fêmeo

    nessa hora será tarde. já a terás fecundado
    iniciado uma linhagem má

    fundado uma nação

    Marceli Andresa Becker

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    • 1 Janeiro, 2020 at 3:17
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      Há uma cena que mostra o ritual da poção do amor. Uma das partes do desenho mostra uma moça “urinando sanque” em algum recipiente (talvez sua menstruação). Acredito que essa seja a causa da diferença na cor da bebida do Christian. Isso fora os pelos pubianos que são postos em algum alimento.

      Reply
  • 25 Outubro, 2019 at 1:02
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    Esse filme é uma das maiores besteiras que já assisti. E sério que vc não achou o filme previsível???? Eles entregam o filme todo logo no início com as gravuras. O filme fica mais óbvio ainda pra quem assistiu o clássico de The Wicker Man. Aliás Midsommar não passa de um cópia descarada do mesmo.

    O roteiro é a mesma coisa do filme o Albergue. Jovens idiotas são atraídos por outras pessoas, com promessa de diversão. De repente vão sumindo um a um, e acontece atrocidades com eles. Sem falar que as mortes eu até coloquei em ordem numérica, quem morreria primeiro, e quem morreria por último, de tão óbvias que eram.

    Fraquíssimo. Não tem nem resquícios da qualidade de Hereditário.

    Típico filme ruim, que quer ser complicado para as pessoas acharem o filme é inteligente, quando na verdade não passa de abobrinha.

    Um dos piores filmes dessa safra do Pós terror.

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    • 1 Janeiro, 2020 at 3:18
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      Eles entregam o filme com as gravuras mas você só sabe disso depois que já assistiu o filme pelo menos uma vez. Não há como ter certeza de que aquele é o enredo antes de terminar.

      Reply
    • 8 Dezembro, 2020 at 0:18
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      esse daqui ficou p*tinho porque não entendeu o filme kkkkkk

      Midsommar dá um banho em ‘Homem de Palha’ que deve ser bom pra quem nasceu a 5 décadas atrás, mas não surpreende essa geração.

      Reply
  • 27 Novembro, 2019 at 15:15
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    Relaciomento abusivo? Discordo, no máximo é um relacionamento não correspondido.
    Christian foi a verdadeira vítima ali.

    Reply
    • 15 Dezembro, 2019 at 1:13
      Permalink

      Discordo de que a protagonista Dani não sentiu alegria pela morte do seu namorado.

      Acredito que o sorriso no final tinha a intenção de mostrar que após ter passado por todos aqueles traumas e infortúnios que o acaso trouxe a ela, acabou por se tornar uma pessoa má e/ou insana, tal qual os outros membros da seita, e vingativa.

      Logo de início podemos perceber que ela acorrentava seu namorado com chantagens emocionais, que perduravam sabe-se lá quanto tempo, muito provavelmente devido a uma estrutura familiar desequilibrada e aos problemas psicológicos de sua irmã, onde tudo é catalisado devido a grande tragédia mostrada logo nos primeiros minutos de filme.

      Entretanto, com o desenrolar do filme, ao adquirir poder suficiente ao ser nomeada Rainha de Maio, e a sensação de pertencimento que a seita lhe proporcionou percebe que Christian não lhe faria mais falta para descarregar todas suas angústias.
      Tudo isso, somado a cena de traição que ela observou resultaram apenas no sentimento de ódio.

      Ou seja, do meu ponto de vista nunca houve amor dela por ele, e a personagem que passamos o filme todo sentindo pena, acaba por se tornar na mais terrível vilã nos últimos segundos do filme.

      Se pararmos para pensar, Christian, que a “traiu” de uma maneira forçada (situação que Dani provavelmente nem compreendeu por completo), ironicamente foi quem levou Dani junto à viagem, na melhor das intenções como uma forma de bondade, e acabou sendo condenado a uma morte terrível por ela mesma.

      Reply
    • 25 Abril, 2020 at 12:18
      Permalink

      Finalmente uma alma sã.
      Eu sou feminista de CARTEIRINHA, mas nao valido essa analise.
      O cara ficou preso à miserável situação da moça.
      No maximo ele foi “fraco”, mas abusivo nao foi mesmo.
      Ele estava sendo abusado, sendo obrigado a ficar numa relaçao por pena, porque nao sabia o que fazer. Tanto que manteve ela na viajem. Ela que corria atras dele, sem parar. Ela que era co-dependente.
      No fim o cara é estuprado, WTF! E queimado vivo…
      Porra…

      Reply
      • 17 Junho, 2020 at 18:14
        Permalink

        Assistam à versão sem cortes do diretor.

        Reply
  • 15 Dezembro, 2019 at 1:18
    Permalink

    Discordo de que a protagonista Dani não sentiu alegria pela morte do seu namorado.

    Acredito que o sorriso no final tinha a intenção de mostrar que após ter passado por todos aqueles traumas e infortúnios que o acaso trouxe a ela, acabou por se tornar uma pessoa má e/ou insana, tal qual os outros membros da seita, e vingativa.

    Logo de início podemos perceber que ela acorrentava seu namorado com chantagens emocionais, que perduravam sabe-se lá quanto tempo, muito provavelmente devido a uma estrutura familiar desequilibrada e aos problemas psicológicos de sua irmã, onde tudo é catalisado devido a grande tragédia mostrada logo nos primeiros minutos de filme.

    Entretanto, com o desenrolar do filme, ao adquirir poder suficiente ao ser nomeada Rainha de Maio, e a sensação de pertencimento que a seita lhe proporcionou percebe que Christian não lhe faria mais falta para descarregar todas suas angústias.
    Tudo isso, somado a cena de traição que ela observou resultaram apenas no sentimento de ódio.

    Ou seja, do meu ponto de vista nunca houve amor dela por ele, e a personagem que passamos o filme todo sentindo pena, acaba por se tornar na mais terrível vilã nos últimos segundos do filme.

    Se pararmos para pensar, Christian, que a “traiu” de uma maneira forçada (situação que Dani provavelmente nem compreendeu por completo), ironicamente foi quem levou Dani junto à viagem, na melhor das intenções como uma forma de bondade, e acabou sendo condenado a uma morte terrível por ela mesma.

    Reply
    • 25 Abril, 2020 at 12:20
      Permalink

      Perfeito, agora sim uma analise madura!

      Reply
  • 14 Janeiro, 2020 at 23:58
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    A parte do feitiço de Maja antes do ritual de fertilidade também da pra prever… tem um spoiler no início do filme nos desenhos, a forma q Maja transformou a bebida dele e a comida…

    Reply
  • 2 Fevereiro, 2020 at 0:20
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    Uma teoria doida que cismei foi com a possibilidade do Christian e seus amigos realmente terem realmente abandonado Dani sozinha naquela noite do suposto sonho, e após isso, todas as mortes deles na verdade serem uma forma da mente da protagonista se vingar do abandono e da indiferença do namorado que são retratados desde o início do filme. A invalidez física de Christian logo após a traição e sua morte com requintes de crueldade seriam na realidade o maior desejo de Dani, justificando sua expressão de alívio que encerra o filme.

    Reply
    • 31 Agosto, 2020 at 18:04
      Permalink

      Olá… seguinte, a cena do “abandono” nem se preocupa em esconder que é uma sequencia de sonho mesmo, pois durante todo filme é deixado bem claro que nunca escurece completamente durante essa época, diferente do retratado na “fuga”.

      Reply
    • 5 Setembro, 2020 at 14:15
      Permalink

      Brilhante sua percepção…

      Reply
  • 6 Fevereiro, 2020 at 17:09
    Permalink

    Assim como Hereditário a impressão de Midsommar é que o diretor colocou mais esforço em detalhes minuciosos que depois precisam ser explicados em retrospecto do que em bolar um roteiro razoável. É inegável o talento da direção (não chega a ser espetacular), mas os dois filmes são uma grande besteira. Cults, mas ainda assim uma grande besteira. Tentarei resistir a perder tempo com um terceiro.

    Reply
  • 26 Março, 2020 at 3:50
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    Sinceramente…perdi meu tempo assistindo esse filme, simplesmente frustrante e cansativo, nem vale a pena escrever uma resenha crítica e profunda sobre ele.

    Reply
  • 30 Março, 2020 at 16:30
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    Duas correções, no cálice durante o banquete, era sangue misturado com a bebida e não uma poção como fora falado. Outra observação é que o festival acontece uma vez por ano há 90 anos, e não a cada 90 anos, portanto é extremamente plausível que o Pelle tenha perdido os pais sim num dos festivais.

    Reply
    • 30 Março, 2020 at 16:31
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      *sangue da menstruação

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    • 28 Julho, 2020 at 0:47
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      Assista novamente, minuto “39:48” realmente, é a cada 90 anos.

      Reply
      • 31 Agosto, 2020 at 16:44
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        Não faz sentido que seja a cada 90 anos, pq no começo do filme, quando chegam no alojamento, existe uma parede com várias fotos de várias rainhas de maio

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  • 20 Abril, 2020 at 22:09
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    Esse filme não faz sentido nenhum. E o relacionamento dela não era abusivo. Por que por mais que ele tivesse tantos erros, ele nunca a obrigou a ficar com ele e muito menos a dispensou em meio aos problemas que ela estava passando. Ela já tinha visto que ele não estava tão feliz com o relacionamento, porém decidiu manter não por “amor” mas pelo medo de se sentir sozinha.

    Reply
    • 16 Maio, 2020 at 5:41
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      Mas um relacionamento abusivo vai muito além de uma pessoa obrigar a outra a se relacionar, também vai do sentido de não fazer bem pra ambas as partes, você percebe nitidamente que ele não quer estar mais com ela o filme todo e só não consegue terminar pq tem pena por ela ser uma pessoa com muitos problemas e de certa forma co-dependente dele, isso é claramente um relacionamento abusivo e ela o tempo todo escondia o luto pra não ser um fardo e pq não queria que ele terminasse, estar num relacionamento assim é extremamente abusivo né?

      Reply
  • 11 Junho, 2020 at 14:14
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    Onde a redatora do post encontrou “relacionamento abusivo” entre Cristian e Dani. O cara é um babaca, egoísta, desleal e que caga para ela, mas daí se falar em relacionamento abusivo, é um equívoco absoluto. Dani estava presa a ele pelas circunstâncias e se manteve assim pela depressão que sofria. O filme é interessante sim, nada espetacular como dizem, mas é instigante.

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  • 30 Junho, 2020 at 9:45
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    Esse filme se comunicou muito comigo pq eu sofro de Tanatofobia, que é o medo da finitude/ morte. (tanto minha morte quanto a dos outros e tudo que a morte representa, desde o cessar da existência, até a decomposição da matéria). Então eu discordo que o universo pagão que foi apresentado não se conecta com as questões iniciais sobre o luto. A unidade temática do filme é a morte em todos os aspectos que um tanatofóbico a sente.

    O modo de ver a vida como um ciclo e fala após o suicídio dos idosos de que ficar fugindo do inevitável corrói o espírito, é perfeito. Até o gore dessas cenas remetem a banalidade da matéria, do corpo diante da finitude. Somos uma massaroca de carne, materialmente falando. Ela observa tudo isso do ponto de vista do luto. Ela visualiza a família dela morta ali no penhasco.

    Tudo sobre aquela cultura pagã é sobre sua visão sobre a morte como parte da natureza sagrada, e também da relação de eros e Tanatos. Eros que é princípio de vida, que é o início da morte. Logo antes da morte de Cristian ele engravida a menina, que está usando batom vermelho na cena final, para representar que ela foi deflorda e fertilizada. Um novo ciclo de vida.

    Outra coisa sobre aquela cultura já foi dita no texto. O senso de coletividade. A ideia de estar em continuidade com o outro, sentir a dor do outro. Era tudo que a personagem precisava por que antes ela estava isolada e sozinha.

    Discordo que os homens são horríveis e o que o Cristian é um escroto. Ele se esforça bastante para alguém que não quer mais estar em um relacionamento e se preocupa com os sentimentos dela. E o Pelle… gente, o pelle tem o que de escroto?

    Reply
  • 3 Agosto, 2020 at 1:11
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    O cara sofre um relacionamento abusivo o qual luta pra se libertar por se preocupar com os sentimentos dela, aí é abusado sexualmente e no final a as cenas dão a entender como se ele fosse o culpado. Filme com início e meio ótimos, mas com o completo oposto de um final feliz.

    Obs.: O verdadeiro vilão é o Pelle.

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  • 22 Agosto, 2020 at 19:33
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    É cheio de simbolismos, não vai agradar a todos.

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  • 4 Outubro, 2020 at 18:19
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    “O longa tinha tudo para ser mais um filme sobre a estupidez de jovens que não fogem ao primeiro sinal de perigo. Mas a especialidade de Ari Aster é transformar o óbvio em algo inesperado.”

    O crítico que escreveu essa frase, é péssimo ou é fanboy do direitor. O filme parece um American Pie do suspense. No primeiro segundo após o suicídio dos dois velhos, já se nota a estupidez dos jovens. Qualquer um teria ido embora do local na calada da noite.

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  • 7 Outubro, 2020 at 0:48
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    Tão ruim quanto o filme.

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  • 26 Outubro, 2020 at 13:50
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    Não concordei com a parte do estupro de Christian. A Dani, ainda que “drogada”, disse não em comer o peixe, em ir à casa proibida, em sair da “onda coletiva” de histeria e observar o que estava acontecendo por si só. Realmente há muita manipulação, mas quando a situação fica séria acredito ser possível dizer não! Duvido que ela teria traído ele.

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  • 1 Novembro, 2020 at 1:51
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    Lendo todos os comentários deste post não vi ninguém abordando o tema que (pra mim) é o principal: Antropologia! O filme é uma grande reflexão sobre perspectivas culturais. Tudo o que acontece na comunidade é extremamente comum, é a maneira que eles interpretam a vida.

    Vi algumas pessoas aq falando sobre a “estupidez” deles de não fugirem logo após os idosos se jogarem do penhasco no ritual. Vcs perceberam o contraste de reações? Os dois jovens ingleses se desesperam, e de fato querem fugir de lá naquele exato momento, e fogem (ou pelo menos tentam…). A Dani tb fica extremamente perturbada. Já o Christian e o Josh apenas observam, com menos espanto. Por que? Por que eles são estudantes de ANTROPOLOGIA. Estão com a cabeça aberta para entender as relações humanas de uma determinada comunidade, sem julgamentos, por mais difícil que seja. Por isso eles não são jovens “estúpidos” como nos clichês.

    Não vejo Midsommar como um filme de “terror”. É de fato mto gore. Mas se analisarmos o filme como antropólogos, seríamos como o Chris e o Josh, vendo tudo aquilo com pouco espanto, e mais fascínio de estudar de perto uma outra cultura. Quando falamos de cultura, “certo” e “errado” são construções sociais. Vendo por essa ótica ñ tem nada de terror no filme, apenas uma comunidade sueca cumprindo suas tradições.

    No decorrer do filme a Dani vai se sentindo abraçada e pertencente à tudo aquilo. Ela que precisava abafar seus sentimentos constantemente. Lá ela pode ser espelhada, e sentiu que aquelas pessoas importavam com suas dores. Com o tempo a cultura do local se incorporou à identidade dela, principalmente pelo acolhimento. Essa construção torna mais real, e justifica racionalmente (e psicologicamente) falando, tudo aquilo ser “normal” pra Dani no final da trama.

    Esse filme é espetacular!!

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    • 8 Dezembro, 2020 at 0:23
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      exatamente. por mais horríveis que aqueles costumes possam parecer para nós, aqueles são os costumes deles. Eles não viam aquilo como errado ou certo: eram só os costumes. Acho que é isso que mais choca ao assistir o filme o choque cultural. É um filme maravilhoso. Assisti a versão do diretor quando foi lançada e inclusive li o script que tá na internet. tem muita coisa que não está em nenhuma das versões do filme.

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